terça-feira, 20 de novembro de 2012

horas maduras....






fui fortaleza cercada
e defendida
agora um pouco rendida
sem defesa, sobre destroços
repousada.
trago meu espírito livre
para a poesia,
a minha raiz de árvore seca
ainda a resistir dia após dia.

passaram por mim os dias
onde avultavam flores
e amores
silvas e amoras...
são agora as horas
maduras de melancolias.
assim vou matutando
entre alegria e tristeza
afugentando
a última com delicadeza.

deixo correr o pensamento
e o espírito se alheia,
é a saudade alimento
e a vida torna-se menos feia.

no coração da menina da aldeia?
a felicidade não corre perigo!
o sonho é o melhor amigo.

dentro das minhas muralhas
ainda há solidez
resisto aos caprichos do tempo
fico-me na pacatez,
e deixo-me levar
como floco de espuma
na correnteza... p'lo mar!

rosafogo
natalia nuno







2 comentários:

BL disse...

Olá, Natália, boa noite.

Um poema muito bem construído,
com uma sonoridade e um ritmo
leves como "flocos de espuma".

Muito belo, tal como o novo
visual do teu blogue.

Muito obrigada pelas tuas visitas
aos meus "silêncios" :)
Estou aqui também nesta morada mais recente, mas não deixo as minha raízes :)

Beijinhos e muito grata por partilhares o teu talento :)

orvalhos poesia disse...

Eu é que agradeço Bi a tua amizade e a presença neste meu cantinho, obrigada por vires, me emocionei até.

Beijinho amiga.