terça-feira, 29 de maio de 2012

CERCA-ME A VIDA



Cerca-me a vida
Tragos os olhos envelhecidos
Pelos dias abatida.
Esgota-se o coração
Falsos dias... sofridos!
E do entusiasmo a abolição.

Há na minha taça sempre um novo
licor
Que separa a lágrima do riso
A verdade é que às palavras tenho amor
São meu mar, meu firmamento,
meu feitiço.

Viajo no tempo, num estado
de graça
E a noite quando passa?!
Torna possível meditar
com serenidade,
nesta verdade de ser e estar,
e na solitária saudade
que ameaça.

Um  estranho vazio
de tristeza
nos olhos entorna-se a ansiedade
e no quarto o frio
e a certeza
duma demência triste
e a saudade que persiste.

Viajo ainda no tempo
da minha solidão
Em mim há fogo onde arde a vida
Quem sabe amanhã a sequidão,
Ainda que suplique,
me leve de vencida,
me roube o coração.

rosafogo
natalia nuno
imagem da net

2 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália

As cercas largam amarras
Quando existe muito crer
De flores se fazem garras
Que tudo podem vencer.

Marés vivas alterosas
De encontro a rochedos
Que tua alma formosa
As faz parar com os dedos.

O fervilhar de sentimentos
Aflora o que foi adquirido
E fazem passar momentos
Que por ti foram vividos.

Só consegue recordar
Quem vida cheia levou
Nostalgia, pode matar
Vida, que oca ficou!

Beijo

orvalhos poesia disse...

É uma flor, um raio de luz
É um gosto doce que escorre
Um cheiro a nectar que seduz
A poesia que em ti não morre.

Fico impressionada com a facilidade com que rimas, para mim é um presente sem fim, é o orvalho numa manhã ensolarada, eu te agradeço de coração.

Bjs.