sexta-feira, 9 de março de 2012

FECHO PORTAS À VIDA













Vou até onde o tempo me deixa
Caminho sem saber que me espera
Vou sonhando...sem uma queixa
E ao acordar não existir...quem dera!
Já a moleza me entorpece
Escrevo enquanto da palavra disponho
E a memória não adormece
Escapo aos dias sempre iguais
Sonho...sonho!

Na furtiva madrugada
Faço trovas de improviso
No caminho tortuoso, nesta estrada
sonhar é tudo o que preciso.

Assim vou sobrevivendo
Neste ofício que é escrever
Onde é possível ir morrendo
Sem as lembranças imterromper.
Fecho portas à vida
Com a mesma chave com que as abri
Levo a tarde já tão entardecida
Morrendo como o sol-pôr por aqui.
Enquanto a minha voz se cala
Vem a morte e já me embala.

natalia nuno
rosafogo

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