terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A ÚLTIMA ROSA AMARELA


Morrem os gerâneos de frio
E morre a última rosa amarela
O meu sol era pequeno e perdi-o
Já não assenta na minha janela.
Estão agora os vidros embaciados
Já nem vejo a minha imagem
Falta-me um pouco de tudo, até coragem
E em silêncio tenho os sonhos parados.

O rosto vazio...que não responde
É a melhor imagem no espelho,
vem de longe, e seja ela quem fôr,
traz-me a mensagem
que esta estranha formosura,
 é meu rosto velho.
A rosa perde as pétalas finais
Se as olham...já não vê!
Se lhe falam...já não ouve!
Adormecida em seu aroma,
 já só crê!
Que a sorte foi esta a que lhe coube.

Deixa sobre a memória cair
O pó que a vai apagando
Ninguém lhe pergunte p'lo destino
o passado, o presente e o que há-de vir
Deixem-na apenas recordando.

rosafogo
natalia nuno

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