
Correm rios,
entre serras e penedos,
numa ânsia de chegar.
no meu coração regatos bravios
numa ânsia de te amar.
Há borboletas em preguiça
esvoaçando,
por entre a ramagem
minha alegria é postiça,
vou talhando
a jeito minha escrita
em misteriosa linguagem,
linguagem de quem grita.
Correm rios, corre o tempo
misterioso,
vai apagando meu pensamento
levando por veredas
meu coração saudoso.
Canta o sol sobre os valados
deixa raios beijando o chão
sobrevive tudo o que amámos?
ah...só dentro do coração!
Deito-me à sombra do salgueiro
ouvindo o murmurar da água
acaricio as folhas do loureiro
que baloiçam, tal como a minha mágoa.
calam-se as vozes das cigarras
insólita alegria minha
desprendo-me das amarras
meu peito desaperto, a felicidade
se aninha.
meu peito desaperto, a felicidade
se aninha.
O sol acendeu as brasas
fez-se relâmpago no olhar do falcão
no sonho, vou abrindo as asas
só meus pés vão p'lo chão.
Passa esvoaçando um pardal
o assobio dum melro eu ouço
é que hoje sinto-me imortal!
amanhã quiçá no fundo dum poço.
No fundo do esquecimento
só no olhar cresce o céu
no coração o lamento
para trás, tudo o que é meu.
E em fuga o destino
Que me lança em qualquer mar
Enigma que não atino
que a vida tem, pra me ofertar.
Alto sonho que de mim se apodera
como se fosse um tornado
ai quem dera...quem me dera
ter nascido com o destino fadado.
Serei pássaro sem trinado
amanhã quando morrer
o sol maduro por cima do meu telhado
me dará contas de outro sofrer.
natalia nuno
rosafogo
GERÊS, 26/06/2011
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