quinta-feira, 20 de março de 2025

o céu visto da minha janela..



O vento cansado, envelhecido e perturbado, cruzou a noite perdido até de madrugada, tão perdido como eu, que te procuro por lugares estranhos onde nunca estive, o coração sonha e bate agudíssimo e o sonho se desfaz na luz caída da tarde. Palavras ao acaso, e esta paixão a única verdade que me sustém, às vezes estendem-se as lembranças por toda a memória, como uma maldição, outras vezes solitárias não me deixam ficar só e sorrio porque me é grato recordar. Longe dos sonhos, sinto o pulsar do tempo, e o corpo derrubado pelo peso constante dos dias extintos, uma sombra de nostalgia fica entre nós, mas com a mesma veemência continuamos a querer-nos.

natalia nuno

prosas escritas faz tempo, que agora fazem
parte deste meu espaço poético.

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