domingo, 5 de abril de 2020

é tempo de ser ave...


uma voz inquieta traz
notícias do mundo
no canto do pássaro que canta
profundo...
tomba uma nuvem espessa
a chuva a fazer-me companhia
como a querer que esqueça
o que o pássaro anuncia.
não tem mais riso
quem finda seus dias
e aos confinados, é preciso
que se ramifiquem as alegrias
sinto hora a hora
que é tempo de ser ave
e em mim não cabe
a vontade de voar, de abraçar,
da solidão quebrar.

esta solidão quebra-me o encanto
desmorona-me o pensamento
implacável o medo é tormento
e é ele tanto, tanto!

dou passos cautelosos
aguardando a liberdade
e quem não há-de
estar pronto para sair das quatro paredes?
vou tecendo aventuras, sonhos, loucuras
falando ao sol com falinhas mansas
chego ao limiar da porta, há um ar que passa
mas ninguém me abraça
e, assim os dias são uma eternidade
hoje gerou-se uma neblina
o dia está cinzento, e só me alento
a sonhar...
- ah, quanto livre eu era em menina!

natalia nuno
rosafogo



3 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde de domingo, querida amiga Natália!
Vamos conversando com o solzinho, com o céu azul, com as plantinhas que tivermos... Conosco mesmo, com quem amamos no silêncio do nosso 💙.
Lindo poema desabafo da alma que espera sair da clausura...
Tenha dias abençoados na proteção de todo mal!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

orvalhos poesia disse...

Dias de sofrimento para tantos, que não nos é possível ficar indiferente, oxalá acabe rápido amiga. Aqui estamos, isolados na esperança de voltar à vida normal, agradecendo a Deus por estarmos bem que ele se compadeça de nós todos.Fico grata pela visita e pelo apreço ao poema, bem hajas amiga, que para ti também tudo se passe pelo melhor, sem sustos e estejas serena.

Beijinho com muito carinho
um bom dia para ti

Roselia Bezerra disse...

💐🐦🌈💙😇🙏🕊️😘