sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

náufraga...



o peito é um mar sombrio, quando a noite surge enferma e sem estrelas... as ondas em movimento brusco, em grande tumulto vão desbravando os meus sonhos de náufraga... a cada dia mais inalcansáveis até me deixarem obscuramente no esquecimento...é este o medo que sobe os muros por detrás de cada sombra...cai a chuva numa sucessiva agonia, rastejando, cai cega como pedra atirada ao meu dia, e dos meus dedos de solidão fogem as recordações caídas em nevoeiros, o meu «mar» de repente emudece e abre-se o silêncio no meu coração, e eu penso que a vida é carta por fechar, é luz entre luz no caminho que continuo a sonhar.


natalia nuno

4 comentários:

vieira calado disse...

E o que é a poesia senão sonho?

Bjsss!

Gracita disse...

Olá Natália
A poesia é a extensão dos sonhos que leva o poeta a materializar em palavras o que o sonha acaricia na alma
Um feliz domingo
Beijos

orvalhos poesia disse...

E é com ela que vamos criando a ilusão de que o tempo não passa por nós, vamos sonhando enquanto caminhamos...fico grata amigo Vieira Calado pela leitura.

Beijinho boa época natalícia para o amigo e família.

orvalhos poesia disse...

Querida amiga vamos sonhando, criamos assim uma defesa para a própria vida, para o dia a dia que se vai tornando monótono e às vezes duma melancolia que acaba connosco...«o sonho comanda a vida», sem dúvida... aproveito para além de te agradecer, desejar-te também um Santo Natal...beijinho amiga.