quarta-feira, 7 de outubro de 2015

outono da vida...



nem a fuga da luz, nem o último abandono
nem a sombra que não é noite nem dia
apenas a melancolia do outono
cria um vazio carente
que nos envolve de saudade
já nada acontece, só no olhar
as lágrimas são humidade
a mente jardim de memórias
vozes distantes, que nos golpeiam
o peito...
é outono, e as minhas artérias estão cheias
e o meu signo é perfeito...
vivo bem com a nostalgia
traz-me um odor a laranjeira
e a paisagem dos meus primeiros passos
e na névoa do sonho, os abraços
a luz e a força para continuar
com uma acha de ternura no olhar.

o tempo de outono embrumado
reúne os restos dum passado perdido
no silêncio que se distancia
cansado, muito cansado
mas lembrado dia a dia
continuo como um leito que procura
seu rio...a remendar a força
dos meus olhos tristes, choro e rio
e nem tudo é solidão!
assim, o outono me dá consolo e protecção.

natalia nuno
rosafogo


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