sábado, 4 de outubro de 2014

ponho a mente de vigia...



sem grande barulho abre-se a porta
sem que nela alguém tenha batido
alma d'outra mundo... gente morta
talvez...só coisas do meu ouvido!

no limiar... uma silhueta sumida
parece-me até de candeia na mão
ao olhá-la sua carne parece lívida
e os passos são pesados no chão...

rio-me deste sonho d'tanta loucura
olho a porta num trejeito de troça
mas ali volto a ver uma fina figura
que não é a minha e menos a vossa

brilha nesta noite imenso clarão
um pressentimento entra e invade 
meu corpo que  treme de emoção
à vida vai-se agarrando c'vontade

na verdade não passou duma visão
que espero a outro sonho não volva
q' vacile sempre a morte no meu chão
e que a vida cega e muda tudo resolva.

natalia nuno
rosafogo



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