terça-feira, 30 de setembro de 2014

tempos de engano...



Continua o vento...
dá gosto ouvi-lo forte nos pinheiros
agora mais lento sobre os cardos roxos,
piam os mochos...
o tempo a fugir e o vento a rugir,
 a água dos olhos a verter
e a esperança a querer morrer,
vai o pássaro voando do seu jeito
vai a vida fugindo-me do peito.

é tal o movimento da ave no ramo
que seu canto parece pedir piedade
pedindo paz ao vento,
também eu clamo
mente solta... quero liberdade!
já não há vento que me atormente
nem pássaro desolado a fazer-se ouvir
nem mal que em mim assente...

o vento está de partida
esquecida de mim, pensamento vazio
olvido a vida, que a vejo a levar-me,
nada, ninguém pode ajudar-me

só não me priva a doce esperança
e o doce amargo da lembrança

natalia nuno
rosafogo




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