quinta-feira, 26 de abril de 2012

ESPELHO D'ÁGUA



Leva as águas para o mar infinito
Deixa-me por aqui esquecida
Afogada nas mágoas da vida
Angústia nos olhos, na boca o grito.

Escrevo, escrevo, seca de vontade
Abro as torneiras do pensamento
Mergulho o coração nesse mar de saudade
Levo nele guardado o sentimento.

Esta vida parideira de tantos dias
Cobertos duma cortina de mágoas
Faz de meus olhos janelas sem alegrias
Vazando por elas as águas.

Quem escuta o rumor da vida
Nos dias e noites de enfadamento?
Estranho estar, p'la vida seduzida!
Se a esperança foi numa rajada de vento.

O tempo dentro dos meus olhos morre
E morre dentro do meu peito...
Estranho adormecer enquanto a vida corre
Ou sonhar assim acordada deste jeito.

É cedo...é tarde, cansada de tudo!
Na memória sempre a remoída imagem
O tempo me ignora faz-se de mudo
Já perdi a vida... mas ganhei a viagem.

natalia nuno
rosafogo
imagem da net.


Sem comentários: