olho a doçura deste azul celeste
devolve-me a ternura de viver
perco o medo de morrer!
carrego a tristeza
palavras em vão
depressa escurece meu coração
escrevo poemas de monotonia
sofredora, escrevo por aí fora
seja noite ou dia,
seja qual fôr a hora!
é assim que eu os sinto
nas veias
e desfaleço num silêncio absoluto
e ainda que não os leias
meu coração impõe-se, com ele luto,
minhas mãos numa queda a pique
é pouca ainda a luz da madrugada
e o poema quer que fique!
foge-me a inspiração
fica o poema numa desordem delicada
fica tudo do avesso
o coração dentro das paredes
a estoirar
luz à imaginação peço
para o poema acabar.
natalia nuno
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