segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

ouso libertar-me...





os poemas florescem,
nem sempre bons, nem sempre maus
transbordam de sentimentos
galgam distâncias como naus
sorriem em meu olhar
que pouco sabe de maldade
nele mora pra sempre a saudade

poemas são entradas de luz
são claridade
são como um grito vindo do vazio
forças oceânicas trepidantes de saudade
são fogo que cruza o horizonte
instante arrebatado, sonho e realidade

poemas são velas para a aventura
deixam o pensamento inundado
e o sorriso ébrio de ternura

palavras num instante arrebatadas
nesta já longa caminhada de
sombras, e ansiedades irmanadas.

natalia nuno







vaivém de sombras...



leve e fugaz inspiração
e a saudade que não me sabe
aquietar
sempre uma tenaz obsessão
a de continuar...

as horas caindo
e eu nesta lentidão
que vai para além da vida
de consciência adormecida
cega à maldade do mundo

esta pausa faz-me esquecer a mágoa
por perder a esperança...
deixo-me entre os aromas das flores
como quando era criança

entre a luz da tarde 
e o mágico fulgor da poesia,
face ao horror e à violência
deixo adormecida a consciência
no meu coração um oásis
vai vibrando fundo

aguardando, a paz volte ao mundo.

natalia nuno

sábado, 4 de janeiro de 2025

mistério...



cada pulsação é uma quimera
coroo o meu dia de palavras
há borboletas à minha espera
que levantam meu desejo
de seguir no silêncio, 
no qual habita
o sopro da minha voz.

já a vida corre veloz
continua o coração a pulsar
apesar da solidão crescente
dos anos decorridos,
e dos sonhos feridos
visita-me o futuro
a alertar
como vai ser difícil e duro.

sobressalta-se o olhar
tento saber o que vem nesse «aviso»
sorrio-lhe com esperança, saúde
é tudo que preciso
mas ele, afasta-me do mistério
que esconde e, não quer revelar

diz-me apenas que há  poemas
ainda por conquistar.

natalia nuno