quarta-feira, 6 de outubro de 2021

o silêncio do meu inverno...





inclino-me sobre o espelho das águas amenas e choro minhas penas, abrigo-me dos dias de frio, fico ouvindo o marulhar do rio, as águas desoladas pressentem minhas mágoas e eu, como pomba que arrulha no ramo, segredo-lhes que existo, porque te amo... fica a vida lenta e sombria, e a luz do sol amarelenta ao anoitecer do dia...lembranças saudosas, são rosas e malvasias no meu peito, há alegrias ingénuas e emoções mimosas, que quebram a solidão, as decepções e o desalento... as aves apagaram os gorjeios nas margens do rio que corre em mim, esvoaçam no meu céu cinzento, em sombra e silêncio do inverno que me esfria, e vão poisar longe no chão da minha doce ilusão...onde ainda se vêem estrelas e restos de sonhos da minha juventude, rasgam-se meus dedos em vão, em estremecimentos de primaveras passadas

natalia nuno

2 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de paz, querida amiga Natália!
Muito lindo é o inverno poético da sua alma.
Que nunca lhe falte o silêncio fecundo a compor belos poemas!
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos com carinho de gratidão e estima

orvalhos poesia disse...

Grata querida Rosélia
um beijinho carinhoso com o desejo que tudo seja felicidade para ti.