quinta-feira, 23 de maio de 2019

verdade que me desalenta...




dedos de solidão vão desafiando
recordações,  como um sopro de vida
permanente, e o coração sangrando
como se o  resto da vida, estivesse por Deus
esquecida...
dedos de solidão que abrem às memórias
passagem,
incendiando a saudade,
onde cai cega a impiedade
quando me lembra agora a minha imagem.

quanta mudança depois da última vez
que me vi
reconforta-me a esperança, olho atrás e
foi o tempo que me perseguiu ou eu o persegui?!
queixo-me de saudade em vão
agora todo o dia é já penoso
mas o meu coração é ainda corajoso
vou esquecer em vez de lembrar
«olhos que não vêem, coração não sente»
mas há alguma verdade que me desalenta
vejo-a ao me olhar, só o amor me contenta

às vezes, digo-me triste chorando
que o tempo se tornou um peso
creio que se está vingando
por eu andar sempre distraída
e agora ao ver-me caída,
traz até mim com doce fala, a saudade
e os meus dedos não me impedem
de lembrar, a que ficou no tempo a sonhar.

natália nuno
rosafogo
imagem da net


8 comentários:

Editor IPC disse...

A solidão e companheira, as vezes amiga; outra, a tristeza!

Abraços
Isaias

orvalhos poesia disse...

Verdade amigo, mas um pouco sempre faz falta para meditarmos. Grata pela visita, bom domingo.

rosa-branca disse...

Querida amiga, mais um poema lindo que amei demais. Beijinhos

Beijaflor disse...

Olá Natália

O tempo passa, mas nunca passará esta tua capacidade de nos continuar a surpreender com poemas recheados de conteúdos e vivências que nos transportam para esta cumplicidade com as letras que se entrelaçam com a vida de uma forma homogénea onde os poemas nos entram pela alma adentro!

Espero e desejo que estejas bem de saúde. Nunca esquecendo que todos os dias tens que fazer a tua parte. O teu querer tem de estar sempre bem em alta para poder fazer frente a tudo aquilo que te vai aparecendo pelo caminho. Um dia todos chegaremos ao fim do caminho, mas que nunca seja fruto da nossa desistência!

Beijinhos

orvalhos poesia disse...

Olá Rosinha há quanto tempo não sei de ti, um dia destes partilhei umas trovas e li umas tuas que partilhaste ao mesmo tempo e com um tema nem de propósito muito parecido, as tuas eram muito bonitas.Agradeço a tua vinda. Beijinho fica bem.

orvalhos poesia disse...

Olá João, adivinhaste que precisava das tuas palavras que me dão alento, hoje estou muito em baixo, soube da morte da poeta Lita Lisboa que era tão minha amiga, fiquei de rastos, já tudo me afecta e a morte dos amigos é dolorosa. Mas, tenho de seguir em frente e onde arranjo força é precisamente na escrita, apesar de que os poemas são sempre mais do mesmo, já pouca graça lhes acho, os que tenho escrito deviam levar algum arranjo, mas não tenho paciência. perdi a frescura e às vezes sinto-me perdida... mas, mesmo não sendo o caminho fácil, vou andando.

Fico grata por sempre te lembrares de mim, és um amigo muito querido, obrigada.
Beijinho João fica bem.

Beijaflor disse...

Olá Natália

As perdas dos que amamos são sempre um cortar do coração. Mas essas pessoas nunca desaparecem, porque ficam as boas recordações. E são essas boas recordações que continuam sempre bem vivas dentro de nós. Procura ter sempre isto bem presente! E nunca por nunca desistas da vida!

A escrita não desaparece de quem sempre tao bem a soube tratar através dos poemas! Será na escrita que sempre te reencontrarás!

Deixo aqui meu email para quado te apetecer falar.

beijaflorpetalaflor@gmail.com

Beijinhos

orvalhos poesia disse...

Obrigada João, pelas palavras positivas que de ti recebo, um dia todos nos despedimos, ninguém pode estar firme do contrário, porém enquanto por cá andamos é bom ter amigos que nos cuidam com agrado e cuja presença nos dá carinhosa alegria.

Bem hajas um beijinho, continuação de boa semana.