terça-feira, 17 de julho de 2018

o vazio em mim...




sem uma só lágrima
não encontro o pranto
agora choro por dentro
enquanto a vida
como vôo a precipitar-se
se escoa e revoa até cansar-se,
e a mim só resta esperar
enquanto a morte urde a trama
e numa manhã qualquer
me diz: anda mulher!
- por mim chama!

a abundância das estações terminou
não há mais o espanto no olhar
não há mais o coração a palpitar
como outrora,
abruptamente chegou  a hora.
liberto lembranças enredadas na teia
da nostalgia
deixo as palavras foragidas, em liberdade
os pássaros virão chorar por mim todo o dia,
e eu partirei com saudade.

natalia nuno
10/12/2003







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