terça-feira, 25 de julho de 2017

a ti me prendo



já escuto a madrugada
houve últimos adeus à vida,
e uma dor mal contida
nesta noite de mim se apoderou
e o meu coração gelou...
e a terra que dava frutos e semente
escutou a minha dor
os grilos não cantaram mais
e tudo se calou
a vida quer levar-me de raspão
partiu a minha gente
sem se despedir
restaram os ais...
a tristeza aos outros não revelo
fico na dor a reflectir

a vida quer levar-me de raspão
 mas eu sou tenaz e luto sem tempo
nem paz, ponho a trote o coração
já escuto a madrugada
meu corpo comparo com espuma do mar
desfeita, quero ainda assim ser amada
e amar, amar-te e no teu corpo me afundar
deixar que o sol viva em mim
aprender de novo a primavera
ser outra vez flor do alecrim
e espera...me espera,
que eu volto à cama onde a chama ateará
e nosso amor  como fénix renascerá
as nossas mãos nunca mais estarão frias
estarei sempre por perto trazendo
centelhas do sol a dourar nossos dias

natália nuno
rosafogo



2 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália!

Que essa prisão dentro destes parâmetros perdure até aos confins do tempo! A beleza e aromas deste poema são a prova de que a Natália ainda muito tem a dar á poesia!

Espero que esse percalço com a saúde já esteja ultrapassado.

Por aqui tudo bem. Quem nada teme, só pode andar sempre bem-disposto! A tristeza não faz parte do meu vocabulário nem do estilo de vida! Vamos a embarcar nesta minha nau, pois a vida fica muito mais leve!

Beijos


orvalhos poesia disse...

Olá João tudo bem contigo?
Eu estou bem andei pelo norte uma semana, mas era grande a barafunda muita gente e nem sítio para estacionar, arrependi-me um pouco ter saído mas foi mais por estar o tempo fresco, já voltei, e, cá estou com os problemas do costume, filhas e netos, daí que não possa seguir o teu conselho, com preocupações não dá pra estar alegre...
Agradeço a tua vinda e as tuas palavras de conforto...
um grande beijinho fica bem