quarta-feira, 11 de março de 2015

a vida corre...corre



desliza a tarde procurando o colo da noite
há tufos de flores que exalam
leva-lhes o odor o vento com seu açoite
e a vida corre, corre...
não querendo ficar para trás!
tudo é claro como água
só eu a realidade e o sonho
morrendo de mágoa...
quando escrevo estou só
como as águas do oceano,
onde gaivota sigo ao engano.
dos que partiram,
vem-me a saudade
nas palavras escritas procuro serenidade
adivinham-me o pensamento
o que faço e não faço
a cada instante, cada passo
que eu própria nem sei,
ah...jovem para sempre me julguei
quando escrevo não me sinto de hoje
talvez de ontem ou de anteontem
dos sonhos sonhados
dos passos dados.

hoje a memória é um rio
cada vez mais estreito
com imensa neblina
onde flutua a imagem da menina
que trago sempre no peito...

natália nuno
rosafogo





4 comentários:

Beijaflor disse...


Olá Natália

Mais um poema onde a tua imagem de marca vem ao de cima com todo o seu resplendor. Deixa falar todos os supostos eruditos e os que se julgam sábios e donos da poesia!

Mas a poesia não tem dono! Nunca terá! Terá sim, pessoas como a Natália que a canta com toda esta exaltação de sentimentos. Isto é poesia!

O amigo de ontem, de hoje, e de sempre!

Beijos

João


Gracita disse...

Olá Natália
Como grande escultora das letras você esculpiu majestosamente a saudade um sentimento que assola e machuca um coração sensível.
E pela dor que causa voltamos no tempo e na memória a imagem da menina forma-se na retina onde os sonhos eram possíveis e a liberdade uma realidade
Parabéns amiga pelos versos fabulosos
Beijos e sorrisos para alegrar os teus dias
Gracita

orvalhos poesia disse...

Mais um poema de saudade é verdade sim João, é meu tema predilecto e é a saudade que me move, que me faz doer mas também me faz feliz, abraça-me mas às vezes aperta de mais.
Cá vou escrevendo umas coisinhas, quase diáriamente, muitas ficam em arquivo porque agora estou doutro jeito, antigamente escrevia e gostava nesse momento dos versos, agora estou noutra escrevo e não gosto, deixo passar algum tempo releio e aventuro-me na partilha.
Os outros que aqueles que desdenhavam tirei do meu caminho, tenho a sorte de outros reconhecerem que o meu canto lhes entra pelo coração, como é o teu caso...então amigos poucos mas bons.

Beijinhos mais uma vez obrigada pela visita que é sempre raio de luz.

orvalhos poesia disse...

Olá amiga Gracita, também me orgulho de teu apreço e agradeço o teu carinho.
Enquanto tivermos memória será como uma trepadeira subindo ao céu, e na volta trazendo-nos um eco desprendido da infãncia...
Recordar é viver!

Beijinho amiga