segunda-feira, 4 de agosto de 2014

poema efémero



este poema que é meu segredo
e das minhas mãos a pureza
agora o partilho a medo
numa asfixiante incerteza
este poema é  meu espelho
minha sombra escurecida
um sonho velho
palavras trémulas... mas com vida!
este poema é meu desejo e
meu capricho, a minha sede
abrasadora
o privilégio de seguir vida fora
com o fulgor do sonho
faz parte de mim, voa no meu sangue
é o meu pulsar na palavra
o sopro da minha voz
meu rio a chegar à foz

este poema é a harmonia
do meu instante
é o meu mundo partilhado
o agasalho que me cobre
- o meu fado!

este poema tem asas na minha mão
traz com ele a minha história
e sua efémera glória
de tão vasta imperfeição
ouve-se nele o rumor da tempestade
e da palavra sente-se a inquietude
- é a minha bagagem da saudade.


natalia nuno
rosafogo

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