sexta-feira, 19 de novembro de 2010













QUIMERAS

Guardei os sapatos de cetim
E o vestido de levar ao baile
Juntei-lhe perfume de jasmim
Ficou na memória o xaile
Pobre do xaile e de mim!

Desvanecem-se os pormenores
A saudade é tudo o que resta
Dos bordados e bastidores
Dos meus primeiros amores
Quando a Vida era uma festa.

O futuro é corredor escuro
E o amor fogo que ardeu
E não há nada mais duro
Que na Vida o que se perdeu
Vejo-me ao espelho não sou eu
Já nem sei o que procuro.

Olhos às nuvens erguidos
Lembram mãos que se apertavam
Lembram os beijos furtivos
Os abraços que se davam
Cartas escritas se rasgavam

Mas já esqueci os motivos.

Tenho que dar ordem à Vida
O tempo é quem tem a culpa
De me trazer esquecida
Sem sequer me pedir desculpa.
Dor sem peso nem medida.

Tardava em adormecer
Amar era um trinta e um
Mas pior era não ter
Na vida amor nenhum.

Que importa!?Que me importa!?
O que lá vai é esquecimento
Trago a viagem já morta
Promessas leva-as o vento.

rosafogo
natalai nuno

2 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Passeei no teu poema e fiz uma visita ao passado, que é tão igual.


Guardei os sapatos de cetim
E o vestido de levar ao baile
Juntei-lhe perfume de jasmim
Ficou na memória o xaile
Pobre do xaile e de mim!

Simplesmente maravilhoso.

beijinhos com carinho
Sonhadora

orvalhos poesia disse...

Minha querida Rosinha, obrigada mais uma vez pela tua disponibilidade de vires ler minha poesia.

Beijinho, fico feliz se gostas.

natalia