trago asas apagadas em pleno voo
no olhar o negro da noite desolada
o tempo, o caminho atravessou
fiquei p'la solidão devorada
hei-de cair ali mais à frente
ouvindo o eco do sonho
perdido na mente,
juntamente a vinda da morte
transe profundo
faz com a vida o corte
é a vida e seu senão
que veloz se evade
sob a exaltação e
a saudade
para lá do inverno o tempo se parte
indeciso como folha que cai
ao chão
ao tocar esse chão, já não
brilha a alegria
e uma lágrima que humedece,
no olhar se cria
desce
no rosto com resignação
a aguentar do corpo a traição
no espelho a face retida
misturada com as sombras
que a golpeiam
um fogo diminuto é a vida
quando os sonhos já não se anseiam.
natalia nuno
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