há tristeza no olhar
quando se despede lentamente a vida
e nessa despedida
a saudade se dispõe a regressar
a criar a ilusão de mais um falso dia
de alegria
depois surgem os silêncios obscuros
e os olhos entornam de ansiedade
pensamentos gastos e quebrados
a saudade e,
de novo momentos duros.
há então o rito de escrever
poemas que vão mais longe que o silêncio
afadigados, mas que não servem para nada
nos lábios, ainda há vida por arder
ainda há a palavra, embora agastada
já a força é escassa
a loucura de recordar fracassa,
aumentam os medos e os anos
são outonos nublados, e bolorenta
a solidão dos desenganos
natalia nuno
2 comentários:
Cúmplices, as palavras diluem os nós de sangue quando as palavras dizem a dor das coisas.
Muito belo e melancólico, este seu poema.
Uma boa semana.
Um beijo.
Toda a minha gratidão amiga Graça
Sinto-me privilegiada com seu apreço
Boa semana também para a amiga
Beijinho
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