é tempo da giesta
e da sálvia aveludada
de folha delicada, no ar
aroma a lavanda e a jasmim
e o grilo rouco
poisa no alecrim
na aldeia telhados vermelhos
casas de poucas janelas
mas vê-se por elas
o fio do horizonte
o rio e a ponte
e ao longe a terra arada
pelo fim de tarde
na minha aldeia amada
tocam as trindades,
a lembrar de quem a gente
sente saudades
perto da noite
juntam-se os pássaros cansados
e eu neste jeito velho de ser
trago sonhos apaziguados
os aromas que o ar sustém
fazem-me reviver
quero para sempre viver
e deter
o tempo fugitivo.
enquanto o céu da minha vida
decidir entreabrir-me a porta,
vou começar novamente
amanhã tudo será diferente.
natalia nuno
rosafogo
4 comentários:
Bom domingo, querida amiga Natália!
Um poema todo belo, mas a última estrofe me encantou deveras... linda demais fechando com chave de ouro seu poema divinal.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
Um poema cheio de aromas e memórias, de vivências e saudade. Belíssimo!
Uma boa semana.
Um beijo.
Obrigada amiga Roselia.
Uma boa semana para ti também, sê feliz.
Adoro tuas fotos do mar, queria tê-lo por perto, mas tenho de deslocar-me de carro uns 20 Km.
Um beijinho, saúde.
Olá amiga Graça, fico feliz pela visita e pelo apreço ao poema.
Memórias é o que nos vai restando, principalmente a mim cuja caminhada é longa, vamos vivendo dia atrás do outro, esperando com esperança que ainda possamos fruir dela.
Beijinho, grata pela visita.
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