não sou rio, nem barco
nem hora de navegar
deixo-me a morrer nas ondas
ferozmente enfurecidas
até meu corpo encalhar
nas saudades perdidas.
à minha espera,
uma brisa sobrevoa
e a vida com falta de compaixão
desta dor que levo à toa.
vou fazendo oração
e no leito dos meus olhos
que ainda decidem ver
milhares de estrelas aos molhos
uma a uma a morrer.
esta é a porta de fuga
só eu lhe conheço a saída e entrada
não vá querer quem me julga
tornar mais sombria minha estrada.
minha palavra já não tem fulgor
já fraquejam os meus passos
já nem lhes sinto o rumor
nem dos teus braços os abraços.
coso e descoso pensamentos
cruzo e descruzo caminho
no coração levo pressentimentos
e a saudade imensa onde me aninho
natalia nuno
rosafogo
01/2005
Sem comentários:
Enviar um comentário