sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Há-de querer-nos a vida!



A primavera inteira floresci
como uma criatura afortunada
agora me pergunto onde irei sem ti
ou tu sem mim...
Sentir-me-ei flor sem jardim,
casa sem muros, pó de coisa acabada
berço sem embalo
a semente dum sonho que inventei
e calo.
Nada se ouve, nada se vê
desenham-se meus passos incertos
alinhavam-se as minhas horas
Onde te tenho?
Que dor é esta, que frio?
Porque demoras?
Afasto o tempo de antes e depois
e o presente é alvorada entre
nós dois.

Os dias passam continuamente
e o coração corre, corre
esquecendo de viver o presente
a doçura dos anos está indo
como pássaro que voa sem rumo
em delírio vou pressentindo
que a vida se esvai como fumo

Há-de querer-nos a vida
enquanto o destino corre
enquanto nossas horas não estão perdidas
enquanto há nelas interesse e o amor não
morre...

natalia nuno
rosafogo





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