sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

GOTA DE ORVALHO

Jaana Renvall

Pende o orvalho reluzente
Os pássaros imperturbáveis gorgeiam
A fronte me pesa e lentamente
Os pensamentos se passeiam.
A insónia vem agitar-me
o sono
Na saudade vem afogar-me
e nela me abandono.

Meu coração descansa
já a tudo tão alheio
O sol confuso se afastou!
Ficou minha memória apaziguada
E de palavras me rodeio
Aqui estou,
no meio de tudo e de nada.

Os pássaros fazem-me sinais
Suas vozes são vozes do céu!
Tantas coisas novas e velhas cantais,
que o desejo de viver
o coração acolheu.

E os sonhos que sonhei,
os anos que por mim passaram,
tudo o que no peito calei?
As minhas palavras não calaram.

Já no céu estrelas pontelhadas
E a Lua traz aquela luz que é nostalgia
Vão-se as noites, surgem as madrugadas
Invento o amanhã num desdobrar de utopia.

natalia nuno
rosafogo



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