sexta-feira, 10 de novembro de 2017

pespontando sonhos...



minhas mãos ficam ávidas
em delírio, enquanto as palavras sobem
e afloram veementes
ganhando raízes no pensamento
em cachos dourados
provenientes
dos cinco sentidos,
ali me aguardam pacientes
como recém-nascidos
a refrescar-me os dedos
a calar-me os medos
a olhar-me como quem olha
um espelho quebrado
despido de sedas,
vestido de máscaras
espectáculo de outono sem cor,
acabado.

e logo as mágoas retornam como chuva
extraviada...
enquanto o vento frio esvoaça a cortina
e eu já de tudo despojada
numa ternura cega
às palavras me faço entrega
quase alegre como se as minhas mãos
fossem asas de frescura...

em serena felicidade
estou grata por envelhecer na saudade
ainda que seja longo o inverno na minha janela
e eu navio perdido entre a bruma
a palavra subirá sempre mais bela
e será meu sonho que p'la noite se esfuma.

natalia nuno
rosafogo

aldeia 06/11/2018




1 comentário:

Beijaflor disse...

Olá Natália!

Ainda não há muito tempo também andei por aí. Como sou nortenho não noto tanto o frio. Mas fazes bem passear sempre que puderes, e quanto mais melhor. O conhecer, ou revisitar são sempre boas opções. Claro que os dias maiores rendem mais como é óbvio, mas mesmo assim se for para andar todo o dia ainda dá para dar uma boa “sova” ao corpo!

Espero que continues com este tipo de atividade pois é dos melhores em termos de manter o físico e o intelecto saudável.

Eu é que faço os meus estados de alma! E estão sempre em alta, e tudo faço para que este meu estado seja contagioso!! Nunca duvides de ti nem das tuas capacidades!

Quanto ao beijflor, esse, anda um pouco esquecido. Pode ser que ainda venha a conhecer melhores dias. Mas o tempo não chega para tudo!!

Mais um poema com a chancela impar da Natália!

Tudo de bom!

Beijinhos