segunda-feira, 17 de junho de 2013

parti por não ter chão...



parti por não ter chão onde semear sonhos, cerro as palavras na boca, deixo-as na terra adormecida do meu âmago, talvez que as sementes germinem mais tarde em horas de saudade e, docílmente se entreguem em versos chorosos que embaciem os olhos, ou suspendam a tristeza e o vazio do tempo e venham dourar o verde onde a minha esperança cresce... é verão, mas, estranhamente o dia é de penumbra a memória apaga-se lentamente e eu fico de morte ferida, mas ainda vivo, ainda é meu tempo de viver...exausta parti de mãos vazias, levo os desencantos, vou palmilhando o chão e levo por companhia a solidão, voltarei quando fôr lua cheia, se ainda fôr capaz de aprender a primavera, e as folhas em mim caídas voltem a reverdecer em meus sonhos, eu possa moldar de novo as palavras a meu jeito, e nada impeça que me tragam a promessa de ser gaivota na planície...com olhos de madrugada.
natalia nuno

2 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália

Quem um dia foi criança
E o lembra a toda a hora
É um grito de esperança
Da criança, que nela mora!

Poema que passeia pela vida como pássaros nas suas inesperadas acrobacias sempre cheias de beleza e encanto. O amor traduzido em pérolas de que não tem preço, apenas encantamentos! Na acrobacia do belo tudo se percorre, entre brisas e marés cheias! Do raiar do dia ao sol-posto! Dos campos, onde a natureza é rainha banhados por flores silvestres! Nas serranias onde as copas das árvores ou os seus cumes parecem roçar o azul dos céus! O que é sonho e belo, passa pela ponta dos dedos!...
Excelente, como sempre!

Beijo
João
PS: Nunca deixes perder a força das palavras! As minhas estão sempre cheias de forças para te ajudar sempre que queiras. Nunca hesites em o fazer.

orvalhos poesia disse...

Olá João

A força nem sei de onde vem, mas lá vai aparecendo, a saudade é o pilar onde me apoio, às vezes sinto que nada valho, outras vezes, me animo e procuro seguir em frente, e encher-me dessa vontade para transpôr no papel os sentimentos que me habitam. Nada como um dia atrás do outro.
Quero agradecer as palavras que me deixas, que acho sempre duma beleza poética sem par.

Beijo, fica bem.