quando escrevo em momentos
de solidão
- é como se rezasse uma oração!
nos pensamentos, o murmúrio das águas
que a minha alma comove,
e a lembrança da criança
que ainda escreve saudade no vidro
da janela, quando chove,
com os olhos húmidos, neste
silêncio cortante, vou balbuciando a prece
enquanto não surge a madrugada
a minha mão vai talhando palavras
livre como o vento,
esquecendo a vida agitada
este poema tardio
surge numa noite negra onde o frio
se entranha no corpo e na alma
só o teu corpo é quente
e a tua boca ardente
descubro que existe uma fogueira
que ainda arde, para amar nunca é tarde.
na solidão da minha mão,
as palavras teimam em falar de ti
do encantamento que no peito
me vai e dele não sai.
foi ontem que descobri
que ao chegar aqui
há lembranças que fizeram ninho
e outras que esqueceram o caminho
natalia nuno
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