quarta-feira, 28 de agosto de 2024

desalento...


é tudo tão confuso
que já tudo ignoro
e deixo até de me ouvir
a tristeza abre as janelas
quando choro
e eu só penso em partir

e quando o esquecimento
reclama
as palavras fogem insolentes
o amor perde a chama
sinto o coração a pulsar
em derepentes

a memória à fronteira do nada
talvez se despenhe em redemoinho
no esquecimento afundada,
a cortar o sossego do caminho

aliado ao desalento
o coração vigia
enquanto o pensamento
avança na sua letargia.

natalia nuno
imagem pinterest

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