vou desbravando lugares ao esquecimento
meu coração solitário se afoga,
descompassado, sem alento
e um sonho se anuncia
como que um labirinto,
por detrás de cada sombra
silenciosa penumbra sinto.
parece que tudo se reduz
e o tempo enterra
perdidas as memórias
mas é a vida que encerra
tenho pavor do desconhecido
queria libertar-me e voar
e despertar num campo florido
onde o meu corpo soasse suave
leve como ave
sentisse o sol e o vento
sem abalo, nem temor
sem estar condenado a existir
neste tempo violento
estranho cansaço
e às vezes, uma imobilidade poderosa
sem vontade de dar mais um passo,
recordo o que resta da imensidade
do aroma
duma árvore que foi frondosa...
natalia nuno
rosafogo