palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
quinta-feira, 7 de junho de 2018
sedas esvoaçantes na memória...
lembranças são pedacinhos de nadas
a entrançarem-se no dia a dia
são o vento que se levanta
e vêem de saudade impregnadas
pedacinhos que deixámos para trás
num mosto de poesia,
fotografias gastas em álbuns ditosos
colocadas com mestria
onde nossos olhos se debruçam ansiosos.
lugares, rostos com sorrisos francos
que foram engelhando no tempo
eles que foram rosas, cravos, lírios brancos,
mimosos...são apenas memória.
lembranças, zumbidos que se ouvem
a qualquer hora, sopros que reviram nossas vidas,
também tornam venturosa a nossa estrada
são temporais ou ausências sentidas
ou cartas d' amor, em lacinhos atadas
lembranças são rumores, pedacinhos passados
a que chamamos vida, um bem maior
aos quais às vezes damos escasso valor,
quanto mais o tempo nos afunda
mais a saudade em nós abunda
mas, o sonho é como a voz do sino não se cala
e acrescenta asas à vontade de viver
não quero estar vazia de mim
a vida sem lembranças, não seria vida sequer.
natalia nuno
rosafogo
domingo, 3 de junho de 2018
se triste me vires...
não sei até onde poderei ir
também é verdade que não
me interessa isso agora,
vale tão pouco minha memória pequena
que chega a hora,
que até lembrar de mim me dá pena.
há lembranças que me deixam triste
por isso choro quando a saudade insiste,
hoje não quero mesmo lembrar-me
de coisa alguma,
chegaram demasiado tarde as palavras
hoje não escrevo nenhuma,
secaram-me a alma, mas também me deram
conforto e alegria, fico a chorar baixinho
lembrando a cada momento que tenho
de seguir caminho e esquecer a melancolia
não sei até onde poderei ir
sei lá da alegria que tinha de vencer,
lembrar ou esquecer?
um dia, um dia vou ter de partir!
não sei quem me roubou meu arco-iris
pinto agora meus dias de negro
se triste me vires, ou de qualquer jeito
lembranças e sonhos adiados,
é o tempo a doer no peito
e a névoa nos meus olhos toldados.
natalia nuno
rosafogo
Subscrever:
Mensagens (Atom)