palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 18 de janeiro de 2014
a braços com a saudade...
Lembro a aldraba da porta
lembro da candeia acesa
concentrada vou estranhando
não ver a família ceando
será que já está morta?
Essa é a cruel certeza!
Pelo postigo olho o firmamento
e no telhado em frente
ainda o velho cata-vento,
cheira a morno a madrugada
anjos habitam a capela mor
Esquecida? só minha memória!
Por cada lembrança arrancada
rezo à Srª. da Vitória,
de quem sou devota com amor.
Apanho o tempo encostada à porta
além o rio... mais ao longe
a aldeia engalanada,
a passar vai o cortejo;
lá vou mais viva que morta
pedir à Santa um desejo.
A banda enche a paisagem de sons
e as raparigas vaidosas porque é festa
vestem de mil tons
e os rostos antigos voltam à rua
sinto-os sonolentos, de voz sumida
alguma debilidade,
efémeros momentos de felicidade
agora tristeza... no coração a saudade!
Tantos anos...tantos passos!
Meus sentimentos estão baços
as paredes com bolor
fotografias na parede a envelhecer
descubro rostos pendurados
puxo a aldraba da porta
toda a sua gente morta
só ela não vai morrer,
tantos anos...tantos passos!
Meus sentimentos estão baços.
natalia nuno
rosafogo
domingo, 12 de janeiro de 2014
Cala-te ó vento...
Cala-te, cala-te ó vento
deixa-me neste pesadelo
que é meu destino
de Poeta
deixa-me o pensamento menino
e esta inquietação resignada
deixa-me neste frenesim
adoça a solidão que há em mim.
Cala-te, cala-te ó vento
leva contigo a ventania
deixa-me nesta esperança fria,
deixa-me apenas o silêncio
em melodia,
e o cheiro das ervas da madrugada
deixa-me, deixa-me
nesta inquietação resignada.
Quero sentir o eco dos meus passos
ainda que sonâmbula eu siga
sentir o gozo da lembrança dos abraços
e a sedução que lembro da tua cantiga
cala-te, cala-te ó vento
não vês o meu sofrimento
e esta dor verdadeira
quando me olho aos espelhos
e outra me invento?
Quem dera enganar o destino
ser como era,
e esquecer como sou
deixa-me ó vento
deixa-me com meu pensamento
menino...
num sonho debruçado
mesmo que,
de coração apertado.
natalia nuno
rosafogo
NOTA: Este foi o poema que fiz e li durante a apresentação do Melodia do Tempo.
Tarde de Poesia...lançamento do «MELODIA DO TEMPO» 11/01/2014
Meu livro foi ontem apresentado no Hotel Palácio Real, foram lidos poemas que emocionaram os presentes, também tivemos o prazer de ouvir o amigo José Gonçalves um excelente tenor do S. Carlos, e outros amigos que cantam maravilhosamente, todos demonstrando carinho por mim, foi uma tarde inolvidável, os meus olhos foram um lago que extravasou mas de alegria e os olhos de Deus por certo estiveram comigo e com a minha poesia. Um agradecimento a todos!
Subscrever:
Mensagens (Atom)