palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
palavras são palavras...
A sensibilidade poética é em mim como que um agasalho, sou de temperamento poético e de quando em quando a imaginação entra em festa, então resolve brincar às escondidas com
as palavras quase sempre nostálgicas, outras são de alegria...que me fazem levitar num ceu só meu, em contrapartida reparto com elas meu precioso tempo, minha intimidade, minha saudade do passado, e tudo o mais que temos em comum. Rio e choro, danço e canto com elas, ocupam-me o pensamento, os sonhos, daí eu pensar que são minhas e não pretender abrir mão delas. Quando dou por mim solto-as e então viajam até outras almas sensíveis, para seu enlevo...! Afectuosamente lhes dâo atenção, as acarinham e as consideram de rara beleza.
Como não hei-de morrer por dentro?
Se fico vazia. apenas com a lembrança serena e a saudade tão presente no meu dia a dia? A minha imaginação fascinada pela poesia, traz-me um novo idílio com as palavras e renasce em mim novamente luz e com simplicidade transformo-as em versos, vazando neles sentimentos que entretanto volto a partilhar...e assim vou embalando meu tempo....
natalia nuno
rosafogo
net...imag.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
a paz em mim...
passa o rio desafogado
o vento por entre uma arvore e outra,
e há uma ternura espalhada
pela terra absorta.
junto à janela me aquieto
meu olhar é fio preso à tarde,
e na proximidade
a noite e a sua palidez
e um arco-íris disfarçado
apaga-se da memória a solidez
fica o coração agastado.
tudo cabe numa lembrança
para lá do rio
ficou meu sangue enlutado
no corpo um arrepio
segue o rio desafogado.
para me lembrar,
inunda-me o cheiro dos laranjais
fecho os olhos e vejo as estrelas
e o rio já não é o rio, é o mar
de lágrimas do meu olhar,
é saudade entre sonho e verdade.
lágrimas que vêem da memória,
seco os olhos não vou esquecer
minhas raízes
nem meus sonhos, por mais
negros que sejam,
felizes ou infelizes.
continuo viagem
pé após pé
com fé!
sem paragem.
mergulhada no caminho
emaranhada no escuro silêncio
do anoitecer,
já os passáros anoitecem no ninho
e eu me sinto a correr,
no ventre da estrada da banda de além
onde já não tenho ninguém.
só meus olhos ficam colados
meus pensamentos retardados
e a paz em mim
e a paz sem mim...
natalia nuno
rosafogo
imag-net
o sítio da aldeia onde nasci tinha o nome de «Banda d'Além»
meus pensamentos
Meus pensamentos,
são galgos perdidos na tempestade
são melancolia que não me larga
momentos de embriaguez
e saudade…são melancolia que não me larga
momentos de embriaguez
desdobram-se num vôo louco,
impõem se com altivez
e eu posso fazer tão pouco!
Meus pensamentos
têm asas como os morcegos
voam para a obscuridade
trazem-me desassossegos
e lá volta a mim a saudade.
Meus pensamentos
são pássaros verdes no peito,
saciam a sua sede
nesta saudade, que me atormenta
sem jeito.
Meus pensamentos
são barcos que partem do cais,
levam minhas mágoas, meus ais...
enquanto a noite não se faz tardar
e a morte anda por aí a rondar.
Natalia nuno
rosafogo
Fuzeta, 10/12/2012
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Como me sinto?
Como me sinto? Nostálgica, talvez porque vai terminar mais um ano, coisas minhas!
Hoje apetecia-me ler cartas de amor que nunca me escreveram, que me rasgassem o peito de saudade e cobrissem meus olhos de água, me lembrassem que já foram meus olhos verdes, p'los quais andaram apaixonados...dado que já me esqueço uma vez ou outra...
Mas nem o vento vem falar-me dum poema onde fui notícia... nem que fosse o derradeiro!
Hoje queria que o sol descobrisse meu endereço, me deixasse confessar-lhe meus sentimentos, fizesse parte da minha solidão, ou me trouxesse de volta meus dias felizes, amanhecesse de novo a minha vida...
Aprendi a fugir da realidade, embora pareça leviandade, para mim é um impulso de bom senso, deixo-me num mundo mágico onde eu e a poesia disfrutamos do aroma dos cravos e das rosas...
Não me deixo derrotada! O poeta é um ser inconstante, ora está feliz, ora não, entra em contradições contantes, mas seus dias são preciosos e necessita sonhar nem que o sonho por ventura não se realize nunca...
É assim que me sinto!
Hoje apetecia-me ler cartas de amor que nunca me escreveram, que me rasgassem o peito de saudade e cobrissem meus olhos de água, me lembrassem que já foram meus olhos verdes, p'los quais andaram apaixonados...dado que já me esqueço uma vez ou outra...
Mas nem o vento vem falar-me dum poema onde fui notícia... nem que fosse o derradeiro!
Hoje queria que o sol descobrisse meu endereço, me deixasse confessar-lhe meus sentimentos, fizesse parte da minha solidão, ou me trouxesse de volta meus dias felizes, amanhecesse de novo a minha vida...
Aprendi a fugir da realidade, embora pareça leviandade, para mim é um impulso de bom senso, deixo-me num mundo mágico onde eu e a poesia disfrutamos do aroma dos cravos e das rosas...
Não me deixo derrotada! O poeta é um ser inconstante, ora está feliz, ora não, entra em contradições contantes, mas seus dias são preciosos e necessita sonhar nem que o sonho por ventura não se realize nunca...
É assim que me sinto!
natalia nuno
rosafogo
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domingo, 23 de dezembro de 2012
o sonho e inquietação
por onde andará o sol na imensidão
do céu, agora que a noite cai?
o dia ficou na penumbra e com ele meu
coração.
não se ouve nem um misterioso ai,
tudo é solidão.
caem já gotas de orvalho, vem o vento
murmurante
e com ele vai meu pensamento
errante.
cismei que ouvia a tua voz
que me falavas ao ouvido
deixei-me a sonhar
mas era sonho,
tornado pesadelo dolorido.
será que o sol morreu?
e a noite trouxe a tristeza?
toda a lezíria escureceu
e nem uma estrela acesa.
tanta lágrima saudosa
deixai-a correr... deixai!
tanta mágoa dolorosa
até meu rosto se contrai
e a noite é negra de breu
sinto que o tempo esvoaça
páro a olhar o céu...
e sonho que uma alma gemea me abraça.
mas é sonho, solidão, negro inverno,
que me consome sem piedade...
que nasça de novo o sol
e me devolva a claridade.
natalia nuno
rosafogo
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Conversa com o Facebook...
O que tenho feito caro Face?
Tenho escrito alguma poesia, tentado atingir alguma perfeição na criação, reproduzir nela alguma emoção, enriquecê-la de imagens poéticas, em torno do tema quase sempre a saudade e por vezes o amor, com entusiasmo, embora já não tenha vinte anos. A poesia é um estado de alma, sensível a que nos apegamos como se fosse um sonho, com ela conseguimos derrubar a solidão, ta...mbém com ela construímos castelos no ar, sofremos a ironia e o desdém de alguns leitores e exaltamos com o apreço de outros. Por isso a vou espalhando aqui e ali, neste mundo que é a internet, e por insignificante que ela pareça, tem a sua importância, umas vezes nada contra a corrente outras a favor, vai voando com bons e maus ventos.E um amor assim maternal, faz-me andar por aqui p'lo face deixando-a (poesia) e a deixar-me fascinar com a de alguns Poetas. Já todos por aqui me são familiares, por isso também tenho vindo desejar a todos Boas Festas, resta-me desejar também ao Face um Bom Ano com vida, criando ambiente de cultura e amizade entre todos que seja de paz e liberdade.
natalia nuno
Tenho escrito alguma poesia, tentado atingir alguma perfeição na criação, reproduzir nela alguma emoção, enriquecê-la de imagens poéticas, em torno do tema quase sempre a saudade e por vezes o amor, com entusiasmo, embora já não tenha vinte anos. A poesia é um estado de alma, sensível a que nos apegamos como se fosse um sonho, com ela conseguimos derrubar a solidão, ta...mbém com ela construímos castelos no ar, sofremos a ironia e o desdém de alguns leitores e exaltamos com o apreço de outros. Por isso a vou espalhando aqui e ali, neste mundo que é a internet, e por insignificante que ela pareça, tem a sua importância, umas vezes nada contra a corrente outras a favor, vai voando com bons e maus ventos.E um amor assim maternal, faz-me andar por aqui p'lo face deixando-a (poesia) e a deixar-me fascinar com a de alguns Poetas. Já todos por aqui me são familiares, por isso também tenho vindo desejar a todos Boas Festas, resta-me desejar também ao Face um Bom Ano com vida, criando ambiente de cultura e amizade entre todos que seja de paz e liberdade.
natalia nuno
sábado, 22 de dezembro de 2012
Por ser Natal...
Ora, como me sinto? Como se tivesse levado um banho purificador, com água duma fonte nova, fortalecida por Deus, meus alicerces são sólidos, minha luz abundante, pena não puder mudar o mundo, acreditar mais no Homem, mas já nada me causa espanto, nem mesmo a leviandade de quem nos põe à míngua, nos governa... assim, todos os dias nos acode aos ouvidos o ranger da crise que nos tira até a dignidade...daí que por estes dias vou esquecer, quero sonhar, quero sentir-me bem, sinto que tenho esse direito.
É NATAL...
natalia nuno
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Sonho de Amor
Amámo-nos até o sol romper!
Invadidos por uma onda de amor,
tempo feliz, era tempo de querer,
como a abelha quer à flor...
Já madrugada...o mundo despertou!
Descansei encostada ao teu peito...
esqueci lágrimas e a saudade apertou,
enquanto me abraçavas tão ao teu jeito...
E foi como se chovesse doce no coração
não guardei tristeza, nem houve solidão...
acreditei no amor...era passada a aurora.
Sorriram então estrelas no firmamento
percorri teu corpo com o pensamento
e o amor foi botão de flor,como outrora.
natalia nuno
rosafogo
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
círios da memória
na cómoda antiga
havia sempre flores
e imagens de santos,
e minha avó em prantos
lembrando de seus amores
rezava uma ladainha
em voz baixinha.
grandes alguidares de barro
no forno
amassava-se o pão
benzendo-o com oração
«Deus te acrescente,
que és alimento de muita gente»
aqui ali um adorno,
uma sertã, uma cafeteira,
e na quinta feira
da Ascenção, um raminho de oliveira.
nas vigas da chaminé
penduravam-se os enchidos
e nas brasas fervia-se o café
enquanto a trovoada, zenia aos
nossos ouvidos.
a roupa mil vezes passajada
as iguarias poucas
às vezes imensa comoção
e todos os dias
a sopa e o pão.
na paz do alheamento,
se repousava em frente à lareira
deixava-se correr o pensamento,
e faziam-se contas duma vida inteira.
as silvas já formavam amoras
comê-las? Só quando maduras
em doce caseiro comido nas horas
de menos farturas...
a cor vermelha era como cilada
para atrair a passarada...
já se ouvia o barulho dos carros
o chiar dos eixos,
fugia a passarada, atordoada
abandonando os freixos.
e a lua aparecia e desaparecia
o sol nascia e morria
e assim a fé crescia
enquanto a vida corria..
natalia nuno
rosafogo
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domingo, 16 de dezembro de 2012
O amor, sentimento perfeito!
o amor é como o ondular do mar
onda vai onda vem...
mais meigo que o luar da noite
o sol dos dias, é tudo o que se tem.
o amor é uma forte tentação
às vezes... tortura do coração.
o amor traz-nos ais de saudade
é nossos olhos nossa claridade,
palavras ternas...aliança,
amor eterno, ventura,
flor de verão, flor de inverno,
doçura... esperança...
o amor tem um sabor delicado
entra por nós adentro obstinado.
traz ao olhar tanto enternecimento
tanta palpitação ardente
é como fogo ateado
volúpia estremecente.
o amor é um verso dolorido
na eternidade do pensamento,
harmonia duma voz que sussurra,
a voz do coração...o beijo prometido!
O amor é hospede amoroso
música dentro do peito
é felicidade, é gozo...
é um sentimento perfeito!
natalia nuno
rosafogo
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CONTIGO
Contigo vôo nas asas do vento
Saudosa hei-de morrer de amor
Belo é morrer neste deslumbramento
Contigo caminharei seja onde fôr.
Contigo é todo o sonho que sonhei
É reviver tempos de outrora
Canto de encanto, por ti me encantei
De pranto é a saudade nesta hora.
Contigo me sentia doce menina
Rica de sonhos e encantamento
Hoje é a tarde que sobre mim se reclina
E tenho a saudade para meu tormento.
Brilham meus olhos doce quimera
Ao longe sinto ainda teu acenar
Ai meu amor quem me dera!
Contigo sempre sonhar....
um poema singelo, feito directamente no Horizontes da Poesia, hoje, sobre o tema «Contigo» que era proposto pela amiga Cida Vasconcelos.
natalia nuno
rosafogo
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sábado, 15 de dezembro de 2012
NATAL
Ouve-se música na velha catedral
Velas acesas é noite de Natal
O menino é de madeira esculpida
A seu lado o olha sua Mãe Querida.
Recitam-se em voz alta orações
Silêncio, ouvem-se até os corações.
O hino é cantado pelo coro
Os meninos o entoam como um choro
As naves cheiram a brancas rosas
Aquietam-se as almas ansiosas.
Vem do céu toda esta harmonia
A noite é velha e tráz estrela
Ninguém esquece a noite deste dia
Suspensa a hora nos altares da capela.
Há amor
E comoção nos sentidos
Missa do galo redobra o sino
E há calor
Nos corações em Amor envolvidos
Faz-se oração, nasce o Menino.
AUTORA: Natalia Nuno
rosafogo
com este poema desejo a todos os amigos que me leêm BOAS FESTAS, QUE TENHAM MUITA PAZ SAÚDE E AMOR...
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
minha alma liberta-se
Minha alma liberta-se
Menina de sorriso rasgado,
vestido de veludo
rendado,
para quem o sonho era tudo
persistência em viver feliz,
doçura e inocência,
agilidade de perdiz...
rosto sardento, cabelos a esvoaçar,
uns olhos abertos para a vida agarrar,
olhos verdes côr da
planura,no coração amor
no peito ternura.
sorriso travesso,
a face pálidamente rosada,
fresca como madrugada
que principia,
como água fresca da fonte
que não pára de correr noite e dia.
-------------------------------------------------------------
no sol da minha lembrança
deambulo na claridadedum sonho bom,
onde me vejo eterna criança
brincando em liberdade.
e sonho…sonho que é verdade!
e o sonho me consente
que a vida seja menos pungente.
o tempo é erva ruim
que à solidão me condena
levou o melhor que havia em mim
e já de longe me acena,
mas o sonho o contradiz
e eu sonho e sou feliz.
natalia nuno
rosafogo
Fuzeta 10/ 12/2012
afectos contidos
Os afectos que não se dão
São como ciclone contido
nasceram para a solidão
num deserto sem sentido
afectos que não se soltaram
como nasceram, morreram
sementes não fecundaram
do doce mel não beberam.
afectos que cedo murcharam
recolheram à obscuridade
os corações não vibraram...
vidas sem nada para oferecer
sem amor, ternura ou amizade
estrelas nascidas para morrer.
natalia nuno
rosafogo
imag-net
soneto de 2001/5
Pelo contrário a imagem é bem uma fonte de afectos generosos,
que fazem com que a vida seja água que corre transparente e doce.
domingo, 9 de dezembro de 2012
no dia que me queiras...
meus olhos... côr de avelã
são sagrada herança minha
renovam a côr a cada manhã
nas parras outonais da vinha
trevos de folhas mensageiras
por te amarem perderam vida!
no dia em que tu me queiras?
serão aurora, por ti renascida
acordará o chão será primavera
pintarei escarlate, bem colorido
meus lábios febris... de espera.
nova paixão a mitigar.me a sede
coração bloco de gelo derretido
no olhar um amor que não se mede.
rosafogo
natalia nuno
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soneto de 2001/3
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
PERDIDA
Quanta saudade de ler,sentir esse teu coração tão meigo e valente
minha Querida Natalia Nuno.
Tantas vezes a mãe vida já pregou-me momentos assim,
momentos da mais completa perdição,
intantes confusos onde não atinava-me
o que fazer, onde i...
minha Querida Natalia Nuno.
Tantas vezes a mãe vida já pregou-me momentos assim,
momentos da mais completa perdição,
intantes confusos onde não atinava-me
o que fazer, onde i...
r, o que dizer a mim mesma
e aos meus semelhantes.
Momentos de grande dor, cortante solidão,
onde o único som adível era o bater desesperado
do meu coração.
Mas creio minha amiga querida,
que somos agraciadas com a dádiva da coragem,
baseado n'um carácter que guarda as primicias dos
reais valores do estar-se na vida.
E sobretudo que nada nos é concedido,
exigido em vão, por mais que nos sintamos
feridas e no limbo do nada.
"...Esperança pelo chão espalharei
Na esperança de não me perder
E só eu sei, o que passei,
Vendo os anos a correr.
Levarei saudade pela mão
Enquanto no peito,
bater o coração...."
Ler-te é como estar a beira d'um espelho dágua,
n'uma cristalina fonte, que vejo o reflexo de mim também.
Mil bisous com imenso carinho,
que tenhas dias de muito riso e ternura
entre os que amam-te.
Para Ti a canção da Enya: Journey of the Angels
Ver maise aos meus semelhantes.
Momentos de grande dor, cortante solidão,
onde o único som adível era o bater desesperado
do meu coração.
Mas creio minha amiga querida,
que somos agraciadas com a dádiva da coragem,
baseado n'um carácter que guarda as primicias dos
reais valores do estar-se na vida.
E sobretudo que nada nos é concedido,
exigido em vão, por mais que nos sintamos
feridas e no limbo do nada.
"...Esperança pelo chão espalharei
Na esperança de não me perder
E só eu sei, o que passei,
Vendo os anos a correr.
Levarei saudade pela mão
Enquanto no peito,
bater o coração...."
Ler-te é como estar a beira d'um espelho dágua,
n'uma cristalina fonte, que vejo o reflexo de mim também.
Mil bisous com imenso carinho,
que tenhas dias de muito riso e ternura
entre os que amam-te.
Para Ti a canção da Enya: Journey of the Angels
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
sonhando de novo...
estendo a manteiga,
numa fatia de pão
faço chá, com casca de limão,
os pedaços de pão que levo à boca,
são coisa pouca...
tão pequenos quanto eu.
meu rosto reflecte vários
sentimentos,
estou no céu...no meu céu!
tendo esta saudade presente
de quando era dez réis de gente.
extasio-me diante das brasas
da lareira,
o fumo provoca cegueira,
os olhos fazem arder!
dou uma olhadela ao relógio
e relaxo com prazer...
que quadro realista,
voltar à antiga cozinha...
por mais que o sonho insista
não regresso sem ver os parentes,
que por ora estão ausentes,
irei à horta das traseiras,
onde passei manhãs inteiras
a ver crescer os gerâneos
e as margaridas,
curarei da saudade
e suas feridas.
exala um aroma fresco e amargo
da folhagem que sussurra,
e meu sonho não largo,
sem uma ponta de amargura.
na saboneteira
resta ainda um pouco de sabão,
o santo na cómoda carunchosa
e é tanto o amor
que meu coração,
fica pregado ao chão...
as vidraças têm os caixilhos negros,
já não ouvem minha voz, nem minhas
aventuras,
já não lhes conto segredos...
por preço algum deixaria de sonhar,
meu rosto fresco e são
cantarolando baixinho,
neste meu amado cantinho
que bela recordação...
Impossível melhor coisa p'ra lembrar..
natalia nuno
rosafogo
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
lá na aldeia...
a aldeia está nesta hora
deserta...
a flor da urze cá fora,
apenas uma ou outra porta aberta
vêem-se as chamas das candeias
dobrando-se às correntes de ar
as mulheres cosendo meias
e cozinhando o jantar.
as chaminés lançam fumo para o céu
a cafeteira sempre ao lume,
cá fora o odor do café,
mistura-se com o perfume
da natureza,
já tudo foi também meu,
lembro meu lugar à mesa.
como resistir a tamanha saudade?
sinto que perdi o tempo
que bruscamente despertou
e fugiu.
a realidade
é que a vida é corrente impetuosa
não é sem dor que se vê passar
é estrada sinuosa
que o tempo inclemente vem sombrear.
é tempo de tranquilidade
as raparigas amarram as tranças
com fitas novas
com cuidado e docilidade.
as mães sopram o carvão em brasa
para engomar a roupa da casa,
breve será o dia de noivado,
que quer casa e, seu recheio
vem o noivo e com cuidado
vem escondendo algum receio
como pode um homem resistir?
o que há-de ser, há-de ser!
já não há como fugir
ela vai ser sua mulher...
prepara-se a boda então
convida-se quem tanto se preza
vem o padre e no altar faz uma reza
a mãe tira um peso da cabeça
que ele a faça feliz, é bom que não esqueça
lá vão para a lua de mel a morrer d'amor
a vida é água corrente
se um dia fôr diferente?!
há que prever é a realidade,
mas sempre este dia d' amor
será sempre lembrado com saudade.
natália nuno
rosafogo
entre dois corações
falo de mim e de ti,
dos passos que demos,
e se os esquecermos?
coloca um sorriso na boca,
esquece a vida que é pouca,
e se a dor a corroer-nos,
nos fizer sofrer,
nada receies!
vou sempre reconhecer-te
estarei aqui,
não vou perder-te.
a vida sobre nós avança...
passa por nós o tempo,
pisando devagar,
sobre nós se lança,
e arrasta... num longo arrastar.
mas não nos vamos entregar.
porque a esperança?!
ainda nossos sonhos rega,
ainda pinta de verde
nosso olhar,
trazemos sonhos de criança,
numa engrenagem cega,
que não nos deixa parar.
a saudade que tiver
cantá-la-ei nas horas esquecidas
e tudo o que fizer,
será obra das minhas mãos doridas,
às tuas presas,
meu amor de menina...
prisão de ternura
de tempos de face lisa e fina
entontecida...embalada em harmonia
do começo ao fim do dia.
neste poema interrompido,
de onde brotam palavras
que só nós entendemos,
à nossa volta um mundo em flor,
e só nós sabemos
do nosso amor...
natalia nuno
rosafogo
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
sentimento estranho...
já não sei que esperar
do abuso do tempo,
dum sonho que invento
dum sentimento,
que desconheço.
às vezes rio a bandeiras
despregadas,
e me esqueço
das horas que me queimam,
e deixam palavras afiadas
de raiva , que espalho sem rumo
sem ancoradouro certo
com rasgos de sentimento
em desaprumo.
volto a alinhar os sonhos
e é como nascer de novo,
de novo a memória é dourada
os sinais de velhice fugazes,
ondula a vida com tranquilidade
faço com ela as pazes
e recupero da saudade.
volto a ser borboleta a esvoaçar
esqueço a presença do tempo
e os traços que em mim deixou
e sem saber que esperar
confio no que o destino traçou.
rosafogo
natalia nuno
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sábado, 1 de dezembro de 2012
lembranças presentes na memória
tinha o encanto da mocidade
saúde e beleza
agora tem a saudade
e dias de incerteza...
maneiras simples, despidas
de artifício,
o rosto p'lo sol queimado
o olhar altivo, vivo...
a boca sequiosa do beijo dado,
com sofreguidão,
e no peito a bater o coração.
soprava uma aragem fresca
a aventura
e ela ria com ingenuidade,
gestos de desenvoltura
e simplicidade.
a verdade é triste e não tem poesia!
o sonho na sua mente corria...
sorriso infantil
cabelos revoltos
absorta em qualquer coisa
deixando os sonhos soltos.
hoje traz um sorriso indefinido
motivado p'lo cansaço
parecendo exilada da realidade
passo a passo
vivendo de saudade.
..................................................
rabisco umas linhas
recordando coisas minhas
que poema disparatado,
é como se me houvesse arrastado
para o mundo da fantasia
e comigo a poesia.
quem sabe se é poesia
o que faço?
ou apenas fantasia
que se repete...
sou eu que nela reflicto
ou ela que em mim se reflecte?
às vezes a acho boa
outras vezes a desprezo
embora isso me doa.
do céu cinzento e pesado
gotas de chuva a cair
cheira a terra
deixo o sonho aqui abandonado
onde já reina o silêncio e mais
algum há-de vir...
e num sussurrar de mansinho
virá a saudade,
a embriagar-me o caminho..
natalia nuno
rosafogo
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sexta-feira, 30 de novembro de 2012
olhando o dia triste
um raio de luz faiscou
a noite está de chuva
a solidão em mim penetrou
instala-se nos meus olhos
e me derruba.
estão as árvores ensopadas de
água,
o dia nasceu e morreu com uma luz baça
sobe e desce a minha mágoa
e o tempo passa...
a vida é sonho
que penso ter sonhado,
protejo-me das escorregadelas
tudo em mim são cautelas
nas palavras, nos pensamentos.
de todos os momentos.
o Senhor tem as cartas na mão
do futuro só ele sabe
do tempo perdi a noção.
os ramos agitam-se com o vento
suscitam-me a fantasia
agarro-me com as mãos,
suspendo-me por um braço
fico menina baloiçante o resto do dia
e assim o tempo passo...
prenhe de ilusões,
o pensamento caindo
como folhas mortas,
como fios de amarga chuva,
neste exaurir dos dias
e horas mortas.
e como num sonho
o amor sempre aparece
e como se atreve a tentar!
então deixo-me a sonhar...
sonhadoramente, de sonho
povôo a mente
até a vida acabar
até a morte chegar...
natalia nuno
rosafogo
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012
na quietude da hora
na quietude da hora
palavras arremesso
ao papel, para não me sentir só,
meus desejos são um só
e de saudade padeço,
a impaciência em mim aflora
meu olhar aguça-se
brilhando como outrora
ah...mas não me iludo!
no coração o mesmo nó
e o papel fica mudo.
fico a ouvir o bater pausado
da chuva na vidraça,
o monótono som doído
do vento,
e o ruído
do meu coração parado
como se morresse na hora que
passa,
em desalento.
despeço-me das palavras,
vejo o dia a findar...
o medo às vezes me domina,
a força parece querer faltar,
nestes instantes talvez definitivos,
surge omedo de perder a vibração,
não chegue o som aos meus ouvidos
mas apesar do desalento
eu ordeno,
bate...coração!
meus pensamentos deliram
quais ondas do mar,
que gemendo expiram.
natalia nuno
rosafogo
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segunda-feira, 26 de novembro de 2012
lâmpada acesa
aperto a minha mão entre as tuas
e nosso amor
é mais calar que falar...
nada nos perturba a felicidade
nos deixamos a sonhar
aqui e ali recordando
com saudade.
quero ver-te sem que me vejas,
encontrar-te onde não espero, sabendo
que me desejas
com esse amor que tanto quero.
nada se opõe aos sentimentos
obstáculos sempre suprimos
momentos vividos,
religiosamente guardados
no coração e na mente,sentimos
felicidade,boa e pura
e ternura tanta,
causadora desta minha saudade.
como o ofertar do pão de cada dia,
teu coração me protege
com uma couraça de valentia
fujo do alvoroço
do labirinto da vida
imerjo num profundo devaneio
desejo com ardor
e anseio
o amor que ainda me tira o juízo,
ainda me ruborizo
ainda me embaraço
finjo que não dou um passo
mas caio no teu abraço.
nos olhos trago a saudade
dos teus quando me olhas,
haverá felicidade
que não a de ser amado?
dizes o que eu sei em demasia
afortunada que sou...
amanhã teremos mais um dia,
há razões que a razão desconhece
e que nosso amor fortalece.
um número infinito de razões
nos unem para sempre
brota o amor em nossos corações.
rosafogo
natalia nuno
domingo, 25 de novembro de 2012
debaixo da ponte...
a água murmura lenta
vai e não volta mais
e a minha saudade aumenta
do que houve e não há jamais.
e de longe tudo avisto
ali a terra secou
como eu havia previsto
por morrer quem a tratou.
ouço a correria na estrada
e vozes da criançada
de pés nus,
afectos crus
mas reis de sonhos e sol
e o sangue quente e leve
esvoaçante do rouxinol.
são os filhos da aldeia
sem esperanças no amanhã
confundindo-se com o pó da estrada
companheiros de outrora
da minha aldeia amada.
e os meus olhos tão antigos
revêem tantos amigos
e depois da emoção passada
deixo o sol bater-me no rosto
e recordo o que não é jamais,
enquanto a água murmura lenta
e a minha saudade aumenta,
p'lo que foi e não volta mais.
natalia nuno
rosafogo
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quinta-feira, 22 de novembro de 2012
desafio o silêncio...
nenhum rumor na casa quieta
até o relógio parou
o gato ronrona no borralho
e a chuva amainou,
receio que este silêncio
me traga abatimento,
coisas que me doem,
algum desalento,
como as fagulhas da lareira
prestes a apagarem-se.
entrego-me à melancolia
são felizes estas horas?
Infelizes?
Sempre a mesma indagação
dia após dia
mas o coração
não se apavora,
arranca o desespero
e o rítmo parece restabelecido
e eu encaro o silêncio
e o desafio nele contido.
natalia nuno
rosafogo
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terça-feira, 20 de novembro de 2012
horas maduras....
fui fortaleza cercada
e defendida
agora um pouco rendida
sem defesa, sobre destroços
repousada.
trago meu espírito livre
para a poesia,
a minha raiz de árvore seca
ainda a resistir dia após dia.
passaram por mim os dias
onde avultavam flores
e amores
silvas e amoras...
são agora as horas
maduras de melancolias.
assim vou matutando
entre alegria e tristeza
afugentando
a última com delicadeza.
deixo correr o pensamento
e o espírito se alheia,
é a saudade alimento
e a vida torna-se menos feia.
no coração da menina da aldeia?
a felicidade não corre perigo!
o sonho é o melhor amigo.
dentro das minhas muralhas
ainda há solidez
resisto aos caprichos do tempo
fico-me na pacatez,
e deixo-me levar
como floco de espuma
na correnteza... p'lo mar!
rosafogo
natalia nuno
domingo, 18 de novembro de 2012
a vida passa-nos à porta...
meus olhos estão tristes
e frios,
olhando imóveis o azul
cinzento escuro do céu.
meus dias sombrios,
sem alento,
neste mundo absurdo
sem esperanças nem ilusões,
mundo que tudo esqueceu,
e leva aos trambolhões.
tremem as flores nascidas
nas bermas,
sob o assalto do vento perseguidas
em solidão,
ermas,
algumas nuvens desgrenhadas,
parecendo brincar às guerras
e aos generais
sobre a terra curvadas,
prontas a desabar em tempestade,
no meu olhar triste a saudade,
de onde não sai jamais.
sobre a vidraça escorrem lágrimas,
na rua a lama substitui a poeira,
encheu-se a ribeira,
tudo é agora cinzento, a água e o céu.
os retratos continuam pendurados
nas paredes, sombrios
meus olhos continuam tristes e frios
fatigados,
os sonhos parados,
escrevo junto dum quebra luz
da mesinha de cabeceira,
onde a saudade é verdadeira,
e uma lágrima dolorosa,
cai ardente e orgulhosa...
natalia nuno
rosafogo
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012
flor pendida
como te afundas
coração de menina
em lembranças e luas
de amores e solidões só tuas.
lembranças que a memória espreita
leves, doces, ternas,
que só tu conheces, mais
ninguém suspeita...
a solidão se passeia por ti
deixa-te sonhos apenas,
e aí,
o sossego te invade
mas não te leva as penas,
deixa-te a viver da saudade...
serena te vês,
solitária te deitas
e de lua em lua
tua vida desvanece...flutua!
mais um dia feito
mais uma repetição
a mesma lassidão,
o mesmo nada
a mesma realidade
e o cansaço te adormece
e o sonho se tece!
as mesmas lembranças na mente
repetidas insistentemente,
pedaços de vida
com o odor da juventude
nunca esquecida...
natalia nuno
rosafogo
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terça-feira, 13 de novembro de 2012
só o sol me faz falta
árvores verdes, céu azul,
pássaros,
canticos melodiosos...
ecos da minha infância distante
sonhos, anseios, esperanças,
gorgeios nas minhas lembranças,
nesta tarde já quase parda
e a noite que aí não tarda...
tanta coisa que o coração recolhia
tudo lembrei, nesta tarde
que esfria...
tanto sonho,
neste céu distante,
tanta paz, tanta tempestade
que em mim incendeia e apaga,
que traz saudade...
a esta memória que já se alaga.
infinita esta saudade
neste sonho resignado,
neste silêncio dos campos
nesta moldura sombria...
do meu olhar marejado,
desaparece o dia!
e esta tristeza que tudo atravessa...
sentimentos de dor e prazer,
a vida é carta por escrever
que aguardo receber...
natalia nuno
rosafogo
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S. Pedro do Sul, 28/09/2012
domingo, 11 de novembro de 2012
carinho de girassol
Encontro a ti serra da insanidade
Tantos vieram quantos desistiram
Meus olhos atingem o infinito
Minhas asas não conseguirão
Avisto águas que escondem
Segredos e medos
Temor do mar e das cordilheiras
Imóvel assisto o interior de minha pálpebra
Desenhei notas de amor
Cantei o som da esperança
Fui tua confiança
Tentei fazer sorrir cada cravo e violeta ao redor
Nos versos de teu brilho
Encontro o sossego
E lanço-me em tua direção
Quem sabe teus braços estrelados me amparem
As asas chicoteiam o ar
Um som que já conheço
Nada diferente
Maravilhosa sensação de voejar
Voarei por toda madrugada
Aguardarei naquele farol
Onde farei por instantes minha pousada
Quando o dia chegar abraçarei na amizade uma flor de Girassol
Voo em versos o que sonho e o que me fascina
Do sussurro do anjo que me acompanha em cada esquina
Surge algo que não acredito ser magia
Apenas avidez de trazer à vida um toque de poesia
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=234553#ixzz2BwzhSNTN
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
do meu querido amigo Poeta Brasileiro Correa,
esclareço que a rosafogo e o girassol no Luso são a mesma pessoa e este poema me foi dedicado
por este poeta para quem vai a minha admiração por ser uma pessoa excelente, um ser com bons sentimentos.
sábado, 10 de novembro de 2012
apreço e carinho
Há na minha família gente bonita de coração, alguns amigos de Poesia, uns que a escrevem e outros apaixonados pela leitura, e outros escritores de romances como por exemplo Pedro Canais que escreveu o romance «A lenda de Martim Regos»
Mas hoje deixo aqui umas quadras que me foram dedicadas por uma prima com 83 anos de nome Maria Jose Canais, que para além de poetiza é voluntária no Hosp. de Torres Novas, onde é muito querida e respeitada, ofereci-lhe meu livro de poesia «Pesa-me a Alma» e ela demonstrou seu apreço assim:
Olá Natalia
É linda a tua poesia
Escrita com tanta doçura
É tamanha a melodia
Toda ela é uma ternura
Gostei dela tanto.tanto!
Que a vou lendo com prazer
Mas dei por mim num pranto
Quando olhos azuis acabei de ler.
Olhos azuis da cor do mar
Neles havia amor, lealdade
Por eles eu estou a rezar
Agradecendo tanta amizade
Falando da tua boa mãe
Que eu nunca esquecerei
Amiga do coração tambem
Para sempre a lembrarei
Por fim quero agradecer
As tuas lindas palavras
Para mim são o alvorecer
Que expresso nestas quadras
Mª José Canais
obrigada querida prima, aqui deixo como prova da nossa amizade
natalia canais nuno
É linda a tua poesia
Escrita com tanta doçura
É tamanha a melodia
Toda ela é uma ternura
Gostei dela tanto.tanto!
Que a vou lendo com prazer
Mas dei por mim num pranto
Quando olhos azuis acabei de ler.
Olhos azuis da cor do mar
Neles havia amor, lealdade
Por eles eu estou a rezar
Agradecendo tanta amizade
Falando da tua boa mãe
Que eu nunca esquecerei
Amiga do coração tambem
Para sempre a lembrarei
Por fim quero agradecer
As tuas lindas palavras
Para mim são o alvorecer
Que expresso nestas quadras
Mª José Canais
obrigada querida prima, aqui deixo como prova da nossa amizade
natalia canais nuno
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
p'la calada da noite
anda o vento rumorejando
por perto
traz a madrugada p'la mão
e eu trago a emoção bem dentro,
dentro do coração.
há pétalas a abrir
nas pálpebras da primavera
e ainda que me doa,
o tempo por mim não espera.
levo na boca o gosto a terra,
nos lábios a palavra liberdade,
sou garça a deslizar...
na campina da saudade.
levo nos olhos a voz dos pinheiros
e as mãos a rirem da morte
a brisa no rosto...e eu gosto
e parto à sorte!
levo poemas de amor
e alguns versos nus
nada acrescento à dor
da escuridão se fará luz
ando de pé sobre o tempo
há quem diga que morri!
deixei meu canto em Setembro
é inútil o pranto aqui.
do poema já me arrependo
mas foi um instante achado,
nas veredas desta vida...
e depois de terminado,
ficarei de mim esquecida.
tão já sem nada...
é agora uma da madrugada
e o poema me devorando
e o vento aqui tão perto,
rumorejando
pela calada...
natalia nuno
rosafogo
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
da memória tudo varreu
hoje entrego-me à tristeza
como folha de outono
caída ao abandono,
tombam meus sonhos
tão pouco sei ...!
quanto caminhei,
por onde andei?
espinhos pisei?
minha essência guardei?
esqueci tudo o que era meu
mãos vazias
pés cansados
da memória tudo varreu
caminho escuro
labirinto de areia quente,
avisto agora o poente
cumpro o resto por cumprir
no ocaso do meu firmamento
não há estrelas
e a noite é profunda,
só um sonho sobrevivente,
onde pulsa a esperança
que é semente
solto minhas tranças
colho do mundo as andanças
que Deus a todos destina,
nestes tempos estranhos
povoados de sombras
vou sonhando em surdina
natalia nuno
rosafogo
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sábado, 3 de novembro de 2012
LOUCO AMOR
O amor é pássaro leve
não se quer cativo
sopro louco...breve
obsessivo...
o amor é alquimia
acerto, desacerto...
lago de cristal
tormenta que raio envia
amor é lua oca
água fresca na boca
é seiva, floração
paixão...
amor é volupia doce
chama viva
chão de brasas
condor sem asas
amor é sedento algoz
magnólia verde
que mal floresce
logo se perde...
natalia nuno
rosafogo
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12/10/2006
PARA QUÊ ?
Para quê estas mãos?
Estes pulsos vivos...
Esta absoluta solidão...
Estes sonhos cativos...
Semente solitária, oca
Sonho...clarão?!
Absurdo coração
último alento,
amargo de boca.
natalia nunmo
rosafogo
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quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Árias do vento
tanto tempo vazio e mudo
nesta tarde formosa de estio,
árias dos ventos escuto
como se fossem meus dedos
a executa-las em cadência,
sonoridade de gotas de orvalho,
múrmurios de paz ao ouvido,
ecos de saudade
que fazem a vida ter sentido...
os sorrisos confundem-se com
as lágrimas
e a felicidade com raio de sol,
a tristeza com chuva matinal
e tudo vai na paz do Senhor,
enquanto não chega o final...
folhas levadas pela corrente,
flores de laranjeira lembrando
noivado...
e o céu um grande toldo azul,
bordado...
uvas maduras, longas parras,
meu olhar é de curiosidade!
só tu, saudade, me agarras
neste sonho de saudade!
e o vento canta notas que ninguém
lhe ensinou,
e diz tanta coisa ao coração,
tanto prazer ao ouvido,
ecos de saudade
que fazem a vida ter sentido.
nesta tarde distraída e fria
surge o negro no horizonte,
acabou o estio, o sonho, o dia
ficou minha esperança a monte,
meu coração, pássaro que tenta
voar,
ou bola de neve pronta a desfazer
à falta de amor que o possa suster.
o vento é companheiro vivo
da minha solidão,
e diz-me tanta coisa ao coração,
tanto prazer ao ouvido,
ecos de saudade
que fazem a vida ter sentido...
natalia nuno
rosafogo
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segunda-feira, 29 de outubro de 2012
minha poesia á flor da pele
Minha poesia
é de louça fina,
divina,
de pura faiança
tem brilho, e trino de aves
notas suaves,
sonhos de criança,
e raios de sóis
alvores matinais
e doces arrebóis
é como menina
que sorri e chora
é de louça fina
é luz da alvorada
que o mundo cora.
minha poesia tem o doce
do mel
encantos e prantos
à flor da pele,
nasce lacrimosa
murmura ou se cala,
tem o odor da rosa
o sonho a embala.
é mar bramindo
é um céu sereno,
a morte sacudindo
à vida faz aceno.
minha poesia é forte
como o vento,
é riso é festa
é o pensamento
de pessoa modesta,
às vezes estouvada
tem tudo tem nada,
tem lírios e rosas
e estrelas formosas,
encantos encerra
e fala da terra
e do branco luar
e histórias que tem pra contar
e vive cantando
«viver é amar»
minha poesia é faiança fina
tem ardor e paixão
e sinto-a aos pulos
no meu coração.
louca desatina,
é amante ardente,
e às vezes mais fria
um pouco demente
pura utopia...
e sem piedade
de mim não tem dó
deixa-me a saudade
para não estar só!
com ela cruzei por fim,
não me viu...ai não!
sempre a sonhei assim!
com imortal paixão.
natalia nuno
rosafogo
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domingo, 28 de outubro de 2012
A ARTE DE SUPORTAR
“
quem parte e reparte
e
não fica com a maior parte
ou
é burro…
ou
não tem arte “!
Neste
País que anda à nora,
há
gente com muita arte,
ficando
sempre e sem demora
com
a maior parte.
Distribui
uma pequena porção,
diz
ser tudo o que tem à mão.
Gente
de bom coração!
Sua
bondade sabemo-la de cor
É
grande e nobre!
Mas
o Povo está cada dia mais pobre.
Sem
esperança é barco sem marinheiro
Mas
na arte de marear foi o primeiro
São
estas palavras de Poeta… pertinentes,
dizendo
o que vai na alma das nossas gentes.
Folhas
caídas(pseudónimo)
2º poema escrito para o concurso da Dracca
em Palmela
natalia nuno
rosafogo
ARTE DE SER POETA
Cada
um tem atributos só seus.
Tacteamos
à procura
da
arte que Ele nos deu
com
ternura.
O
dom de escrever é como um talismã
que
se traz no coração ao nascer…
E
é tão grande a magia… que do Poeta,
nasce
a poesia.
Quando
chega a inspiração
é
como lampadário que se acende,
o
Poeta escreve o que só ele entende!
E
a beleza da sua arte
Se
espalha por toda a parte.
Folhas
caídas...pseudónimo
com que concorri ao concurso Dracca de Palmela
1º POEMA, SOBRE A ARTE
natalia nuno
rosafogo
1º POEMA, SOBRE A ARTE
natalia nuno
rosafogo
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
nunca é tarde de mais...
Agora sou folha de outono
prestes a ser levada p'lo vento
em dia aziago,
vai chegar o momento
flutuando sem rumo
na água dum lago,
como quem procura
água clara para beber
ou buscando a ternura
do teu olhar que me vem ver.
Agora sou folha de outono
levada pela correnteza
do rio do teu olhar
quando o vento não me cantar
vou amar-te de certeza
na orla do mar,
ou nas sombras dos pinhais
para quem tanto esperou
nunca é tarde de mais.
Agora sou folha de outono
quem pode saber para onde me
levou o vento?
para o recesso dos teus braços
para a loucura dos teus abraços
mostra-me que não há felicidade maior
que este amor!
dia a dia renovado,
que Deus nos tem ofertado.
Agora sou folha de outono
cega-me um forte clarão
nossos corpos submissos
escancarados
nosso olhar enfeitiçado
os corações amarrados
e um convite aliciante
fazer amor a todo o instante.
espero-te com a mesma ansiedade
das madrugadas deslumbrantes
e é sempre a mesma saudade
de nós jovens e amantes.
natalia nuno
rosafogo
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012
um sonho apenas...
lá no alto
está pousado um pardal
atiro-lhe uma pedrinha
sem o intuito de acertar
fico assim em sobressalto
foi só vontade de atirar
sinto ganas de rebolar no chão
de dizer parvoíces, gritar...
meus gestos ficaram na criança
ainda por lá estão...
balouço as pernas pendentes
meus cabelos são chuva de verão
e meus olhos são como batentes
em tudo pousam com sofreguidão
vou buscar os brinquedos
à casa da avó...
trago-os em segredo
pra não me sentir só.
o cão preso à corrente
ao longe o uivo da locomotiva
e eu sinto-me gente
sinto-me viva!
o que me falta está ausente
meu pai e minha mãe
e minha avó também
corajosamente,
prossigo sozinha
levo sonhos
nas mãos nodosas
e a criança em mim adormece
sente falta das mãos carinhosas
deita a cabeça
sobre um pedaço de bolo
mas que sonho tão tolo!
atrás duma cortina
de cores desbotadas
me vejo menina
de faces coradas
faço o caminho de regresso,
sem interesse
ah...se eu pudesse lá ficar
se pudesse!
lá no alto continua
pousado o pardal
e a lua
e eu criança sei quando faço
algo mal,
prometo não atirar mais pedrinha
deixem-me ficar
por favor, nesta infância minha.
natalia nuno
rosafogo
bem estar me leva ao orgasmo
quando escrevo, há sonhos
que se concretizam,
desejos que se amenizam
e minha esperança é a janela
de onde avisto a saudade passada
e futura
é o tudo e o nada
e as palavras recaem sobre ela
com formas de ternura
e a voz duma vida inteira
quando escrevo dói-me a alma
e ao fim duma tarde de canseira
volto atrás, procuro no entardecer
a calma
faço-me gaivota de novo em vôo
ah...se pudesse voltar além!
se pudesse ir mais aquém!
da criatura que fui e sou...
mas é tarde e a escuridão
apaga em mim os passos
abafa o soluço vindo do coração
tolhe-me as mãos e os braços.
quando escrevo há segredos
nos meus dedos
iniciam a escrever em liberdade
letras de fogo de fé e saudade
tombam porém em chuvas de loucura
escrevem e dançam
uma dança de amargura
a tudo alheios
à hora, ao instante, menos às lembranças
que estão presentes em abastança
agora e sempre plenas de esperança
quando escrevo sou como a rosa rubra
que exala o odor
aguardo a palavra que espero
livre
autêntica, que vibre
com paixão e amor...
quando escrevo o passado
surge iluminado
e o céu, o meu céu aqui...
mesmo ao lado
e ainda que me perca no futuro
e veja tudo em mim escuro
não me amarguro
porque me sinto maior
que o tamanho dum sonho
quando escrevo há um mundo
de felicidade
um bem estar leva ao orgasmo,
me põe um brilho no olhar,
um sabor doce na boca
logo tristeza é coisa pouca!
e as lembranças são viagem
no labirinto do meu pensamento
num vai vem surgem agora,
pra logo irem embora,
na aurora me vou lavar
estendo o meu lençol de luar
e escrevo até cansar...
breve tomarei o meu rumo
para lá da curva obscura
onde da vida me sumo,
porque um dia há-de ser!
chegará a desventura
num louco entardecer...
rosafogo
natalia nuno
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
um amargo de boca...
A menina que fui outrora
adormece na sombra dos meus olhos
que às vezes choram
com saudade.
Olhos redondos de pasmo,
e um amargo de boca
recordando-a com entusiasmo
e com uma saudade louca.
Há na memória lufadas de ar,
que buscam sinais
dos tempos,
do sorriso luzidio
do jeito que só ela tinha
dói, dói este rio
que em mim transborda,
no tempo que me alucina
e vejo feliz a menina
que outrora saltava a corda.
Meus pés andam...vão andando!
neste passo a passo sonho e aprendo
que a vida é como um amante
inconfortado, mesmo que muito
lhe querendo
nos deixa num instante.
O sussurro que me vai na mente
é como o bater do mar dormente,
e o quanto o coração bate,
a cada ruga que vai rompendo
quais os porquês desta hora?
lembrando a menina de outrora?
será saudade, ou apego à vida?
é a verdade da saudade sentida!
rosafogo
natalia nuno
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