num tempo sem idade
no meu peito nasciam brancas
madressilvas
agora, submersa até ao esquecimento
sinto os arremedos do desalento
nos versos turvos que escrevo
sinto a urdidura da vida que foi dura,
e que a memória não deixa esquecer
é dor da saudade que amanhece
é o corpo que estremece
horizonte pleno onde volto a nascer
falta-me tudo o que ainda não amei
e os sonhos que aguardei
cada palavra um pássaro que voa
dentro de mim um coração a lastimar
a hora a passar, e não há saudade
que não doa!
o pensamento gira nas lembranças
minha alma submerge e se extravia
escrevo e novamente as esperanças
trazem a luz da aurora ao meu dia.
natalia nuno
imagem pinterest