palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
terça-feira, 21 de setembro de 2010
PORQUE ME OLHAM?!
PORQUE ME OLHAM?!
Um pouco de tudo, um pouco de nada
Vou à frente, vou cansada.
Espero a vez...
Porque me olham? Ah sei... talvez!?
Porque nenhum de vós conhece a caminhada.
Cada dia é um milagre a acontecer
E o coração começa a apertar-se
Mas eu quero escrever, escrever...
Até sentir a morte a mim a chegar-se.
Vai longe o passo da partida
Aproxima-se o passo da chegada
Caminhei tão distraída!?
Que cheguei em menos de nada.
Trago comigo a dor da saudade
Mas enquanto escrevo sou imortal
Mesmo agora que já é tarde
Escrevo, escrevo e afasto o mal.
Escrevo, ignoro para quém
Escrevo palavras despretenciosas
Quem sabe não haja alguém!?
Que sinta nelas o odor das rosas.
Eu sei que vivo de ilusões
Mas trago ainda a coragem
Ao escrever, passam todas as aflições
E até esqueço que estou de passagem.
Esta escrita não me dá tréguas, tenho de escrever
Podeis até rir à vontade
Hei-de escrever até morrer
Depois? Depois podeis tudo rasgar!
Enquanto me der saudade
De tudo quanto amei e hei-de amar
Cantarei, até à loucura,
Tal é minha necessidade.
Desta doença sem cura.
rosafogo
natalia nuno
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
QUE ME IMPORTA?!
QUE ME IMPORTA?!
Que me importa que seja tarde?
Que esteja à mercê da vida
A mercê da saudade?!
Que me importa que me achem louca varrida?
Ando à mercê!
Deste tempo que me deprime, me faz sofrer
Aqui, onde anoitece e só eu vejo, ninguém mais vê
Aqui onde a esperança já não quer acender.
As horas vão passando!
E eu no assento me remexendo
Nesta viagem louca, mansamente caminhando
Ou dando caminho à Vida e nela me perdendo.
A quem importa se trago o coração cheio ou vazio?!
A quem importa que a noite que adensa me traga frio?
Que me importa se as lágrimas que chorei secaram
Ou se me esquecem até os que me amaram?!
A Vida quebrei! Estilhacei!
Quero lá saber se os cacos juntarei...
Ou voltarei a juntar!
Se ninguém vai saber, nem perguntar.
Cerro os dentes, calo a voz
Só eu e a melancolia no portal da minha porta,
esta me faz companhia, se senta comigo,
Estamos sós!
A Vida nos pôs de castigo.
Não me importa, já nada me importa.
Na garganta me ardem os gritos
Sufocados, p'la solidão desesperados
Já lhes ouço o eco, dentro de mim aflitos
Que me importa? Pois que fiquem também eles a um soluço confinados.
natalai nuno
rosafogo
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