nunca deixei de cuidar
desta minha mão que escreve
tão sofrida quanto a vida
aos meus impulsos cedendo
sem saber se deve ou não deve
o caminho trilhando
vou molhando de quando em quando
o rosto
como se fosse orvalho do jardim
até o viço das flores vai murchando
talvez com pena de mim!
um passo de cada vez
dia após dia,
como tenho eu passado?
desencantada comigo
talvez,
por meu passo cansado
aproveito o fresco do amanhecer
esforço-me por despertar
confio-me ao que acontecer
já que a vida não vai parar.
natalia nuno