palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
CHEGA O AMANHECER
Chega o amanhecer
Com sua cor de agasalho
Vai-se o silêncio e a acontecer,
O Mundo volta ao trabalho.
Fica a vida fria
Os sonhos p'lo chão
A fadiga antecipada, dia a dia
Envelhecida ilusão.
Chega o amanhecer
Levanta-se o rosto da almofada
Há o sono pra vencer
E um corpo ao lado que agradava.
Mas o dia espera, aberto ao possível
ou impossível
Lembram-se as preocupações
e a felicidade é pássaro que voa
resiste-se à vida, há vacilações,
num tempo que parece eternidade
gasto à toa,
engendrando a saudade.
Cai a noite, volta a descer,
o dia nasceu e morreu!
Amanhã os pés pisarão
de novo o despertar.
Furtivo prazer
Horas de insónia, mas tempo de
amar.
Tranquilidade se sente,
nostalgia duma feliz idade!
Sentimento agora bem diferente
dum tempo que nos deixou saudade.
natalia nuno
rosafogo
imagem ret. do blog imagens para decoupage.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
SAUDADE MINHA
O que foi feito de mim?
Que me perdi nas lembranças
Chegando agora ao fim
Tem mesmo de ser assim?
Voltarmos a ser crianças?
Coração saudoso vai sonhando
E as esperanças lá vão morrendo
A saudade o vai ajudando
O sonho o vai guiando
Mas a vida se vai perdendo.
Assim o tempo me agarra
É ele que me leva a vida
Toca meu corpo qual guitarra
Que chora o fado com garra
Desgraça de andar perdida!
Certa lembrança em mim mora
Lembrança que me entristece
Com saudade sempre se chora
E uma lágrima nos olhos aflora
E é o pensamento quem a tece.
Ouço o cantar da ribeira
Dia e noite vai correndo
Hei-de ouvi-la a vida inteira
E se não te tenho à beira
De saudade vou morrendo.
rosafogo
natalia nuno
imagem do blog imagens para decoupage.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
CANTIGA AO LUAR
(POEMA QUE ESCREVI HÁ BONS ANOS ATRÁS)
20/06/1987
Há fotos de antanho
De mim, de toda a gente
Duma saudade sem tamanho
Duma dor que se sente.
E lá bem no alto
O luar e as estrelas
E no mar sem sobressalto
Avisto barquinhos à vela.
Aqui bem perto a solidão
Sento-me no alto da ribanceira
Deixo sofrer o coração,
de saudade até que Deus queira.
Tempos de amargor
Agora subi ao alto do monte
Matar a sede de amor
Com a água da fresca fonte.
Ó luar que estás tão só!
Pousado no alto da montanha
Desaperta da tristeza o nó
Tristeza que me acompanha.
Ó luar me estende a mão
Diz ao vento que vá embora
Trago nos olhos a solidão
Do amor que perdi outrora.
Olha bem a tempestade,
que vai dentro do meu ser,
Leva contigo a saudade
Que anda em mim a padecer.
rosafogo
natalia nuno
imagem do blog imagens para decoupage.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
A FUGA DO TEMPO
Neste dia quanta coisa por dizer
As palavras se repetem
Mas escrevo, escrevo e assim
a morte nada intenta contra mim.
Nos olhos as lágrimas se metem
Como os últimos raios nas vidraças
batendo, batendo como ameaças.
Queria tanto ser uma garça
ou uma narceja!
E num vôo adensar por entre nuvens,
correr mundo
É tudo que meu olhar deseja!
Aproveitar o vigor
Seguir o suspiro do vento
Abandonar-me ao amor
Que ainda no coração acalento.
Trago os olhos húmidos de emoção,
e na noite de repente caída,
uma lágrima rebelde incontida,
de tristeza e confusão.
A fuga do tempo me acompanha
Levo no coração confiança,
deixo-me ir na corrente,
sou como em criança!
Vou sonhando sómente.
rosafogo
natalia nuno
imagem do blog para decoupage
domingo, 25 de dezembro de 2011
PASSOS NO SILÊNCIO
O silêncio, as estrelas, o odor
dos matagais,
Os meus passos, os meus ais,
os meus versos doloridos.
Um vento leve que areja
nos meus sonhos escondidos.
E um sol que mal chameja
nos meus olhos umedecidos.
Só a palavra me entende.
O amanhã é incerto
Ele me dirá,
quem fui e quem sou!
Me trará, por perto
o coração desfeito, preso ao que sobrou,
aos escombros da razão.
Mas hei-de ter motivos
Não foi tudo em vão!
Hei-de manter os sentidos vivos
E o amor no coração.
E ainda que, as mãos destroçadas
E a fronte demolida
p'la solidão acesa,
avivarei o fogo com palavras entrelaçadas
que aprofundem minha certeza
De que viver vale a pena.
rosafogo
natalia nuno
rosafogo
natalia nuno
imagem ret. do blog imagens para decoupage.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
A SEDE DO TEMPO
Minhas raízes, minhas lembranças
Minha aldeia soalheira
olhos azuis, verdes, das crianças,
correndo p'la ladeira.
Minhas lembranças, minha casa
papoilas vermelhas, rouxinol
de amarela asa.
O que ficou da minha vida
A chuva que não vi cair
A lua no céu atrevida
Uma lágrima que chorei a sorrir,
ao partir.
Para quê chorar?
Toda a vida vou lembrar!
E chorar por dentro assim...!
Esta dor que dói dentro de mim.
Oiço a música do rio deslizando
Precipita-se a noite que está chegando.
Minhas raízes na aldeia plantadas
E a beleza que por mim chama
Orvalho, flores pétala a pétala,
na memória conservadas.
E a aldeia a gente a ama!
Aqui um tempo findou
Soam nas minhas veias nostalgias
Tudo o que restou,
do desfolhar dos meus dias.
E assim passam as horas
No presente pouco possui sentido
Rasga-se o céu, rompem auroras
Trago o tocar dos sinos no ouvido.
Sonho sempre com este lugar
Sou menina e vou passando por lá
Vejo os matizes dos verdes a amarelar
É o velho palpitar que quer que eu vá.
Chego num morno entardecer
Tudo é simples, tudo é morno
Fico triste de morrer
Quando do sonho retorno.
Passa o sonho e tudo muda
Tudo é efemero, tudo se esvai
Tudo fica sem sentido e eu surda
A sede do tempo sobre mim cai.
Esqueço o caminho da nascente
Esqueço a luz que me envolvia
Sinto perdidamente,
a inundar-me a alma a nostalgia.
rosafogo
natalia nuno
imagem do blog imagens para decoupage.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
RAIA SEMPRE UM NOVO DIA
NATAL...NATAL...NATAL...
(DO MEU LIVRO «PESA-ME A ALMA»)
Porque me sinto saudosa?
Eu, que nem tive um brinquedo
Mas a Vida foi generosa
Inventou-mos em segredo.
De dia movia meu passo
De noite dava-me um abraço
E assim, filha do povo
Tinha sempre brinquedo novo.
E tudo era tão pouco
Mas o tempo corria louco.
E o nada era meu tesouro
E a pobreza era meu ouro.
E quando a vida assim se namora
É a felicidade que em nós mora.
Não me lembro da Fome o nome
Nem quero que Deus por ingrata me tome.
não sei se lembro, ou ouvi dizer
Se foi verdade ou mentira!?
Não lembro nem quero saber
Talvez lembrar ainda me fira.
Por não ser rica, não morro de pena
Raia sempre um novo dia!
Vou subindo os degraus, serena
E agradeço à mão divina que me guia.
rosafogo
natalia nuno
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
MINHA ILUSÃO É UMA JANELA
Minha ilusão é velha
Como os alámos da minha rua
Quando a lua neles se espelha
Se amarra a minha alma na tua.
Meu rosto na noite enrugou
É esta a verdade,
até o pranto rolou!
Deus queira que a saudade
Seja a razão de viver,
e lágrimas dos olhos arrancar.
Se a dor ao coração assomar?
Defendo-me com firmeza
Se essa má hora vier
eu terei a certeza.
E coragem tanta!
Que em mim não vai caber.
Minha ilusão é uma janela
Donde avisto meus anos mortos
Passou a vida e eu por ela
Trago no passado os olhos postos.
O que digo é sim ou não,
ou talvez apenas.
Talvez sim,
meu pensamento em rebelião
Ou então não!
São apenas minhas penas.
Ou loucura?
Mas meus olhos se afogam
em ternura.
Lembrando pés descalços
em serena liberdade, num
regato claro de saudade.
rosafogo
natalia nuno
LAÇOS
Laços à Poesia me prendem
Com emoção e sentimento
Saudades em mim desprendem
Livrando-me do tormento.
Ponho a nu o coração
A Poesia me conforta
Assim alivio a pressão
Que vai bater a outra porta.
Vivo agora indiferente
Escrevo Poesia bem ou mal
Só meu coração a sente!
Que mais preciso afinal?
rosafogo
natalia nuno
SINTO TÃO PRÓXIMO O LONGE
Deixo-me imóvel nesta noite de Outono
Tudo lá fora emudece
Meu tempo desvanece.
O silêncio me causa fastio
Me abandono,
ao meu ouvido o sussurrar do rio
que me traz arranhadas memórias
que surgem por atalhos ressuscitando
a infãncia.
Tudo se vai diluindo
Como areia engolida pelo mar
No esquecimento partindo...
O impiedoso tempo se apressou a devorar.
Encho-me de inquietação,
entre o ser e o já não ser
E a noite é para mim conspiração,
na dúvida do chegar o amanhecer.
Sinto tão próximo o longe
aquele que fui e sei não sê-lo jamais
Por hoje?
Me dói por demais.
O céu está silencioso, estrelado
Nele ponho o olhar parado
Que foi feito da minhas ideias?
Algo para sempre mudou
Até o sangue que corre nas veias.
Estenderei uma ponte
Que me leve ao novo dia
Meu sonho será a fonte
Que amparará minha melancolia.
Nesta noite de Outono
na solidão dos astros me abandono.
rosafogo
naralia nuno
imagem do blog imagens para decoupage
sábado, 17 de dezembro de 2011
NATAL TAMBÉM É SOLIDÃO
Um golo de café p'la manhã,
depois ando por entre a multidão
fútil
Que nada me detenha,
deixo-me iludir, pensando
que todos fazem algo de útil.
Venha daí, comigo venha!
Veja, aquele ali dormindo
num colchão no chão!
Todos passam... ninguém o vê!
É um velho sonhador
a quem faltou um pouco de amor.
Às falas comigo...
dizia para mim:
Porque é que tem de ser assim?
Uns com tanto. outros com tão pouco!
Ficou o mundo louco?
Nem um amigo, nesta terra enfeitada
porque é Natal,
e eu a pactuar embora de alma quebrada.
Como criança deixo-me a fantasiar
É Natal...
Imagens na minha memória de menina
Afinal ninguém está só!
Resta no pó,
das lembranças, na memória e no peito
o Natal quase perfeito.
Verdade, verdade é que o reino dos homens
é falaz e passageiro!
Apenas o reino de Deus é verdadeiro.
Cantemo-lo!
natalia nuno
rosafogo
imagem do blog imagens para decoupage
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
AGORA MAIS QUE NUNCA
Regresso sempre à fonte
Anseio por gozar essa felicidade
Quando o sol regressa ao horizonte
Fecho os olhos e fico na saudade.
Ouço o trinado dos pardais
Deixo-me no gozo desta ânsia
Na ventura que nunca é demais
Esta de voltar à infância.
Por muito má que seja a vida
E ainda que saibamos,
que nascemos para morrer
Que a felicidade seja conseguida
Neste anseio que é viver.
Ainda me alegra a carícia da chuva
Em frente ao arco-íris me extasio
Já o ser mortal? Não me perturba!
Sou as águas melodiosas do meu rio
Canto doce melodia como outrora
Ao céu azul da minha infância
distante.
Volto contente nesta hora
Afogo a solidão do instante.
Voo no vento adolescente
E esqueço o tempo ,
no meu sonho enexistente.
Meu coração a dor pra longe envia
nesta noite negra e fria
porque amanhã é outro dia.
natalia nuno
rosafogo
imagem retirada do blog imagens para decoupage
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
DEIXEM-ME SÓ
Ninguém pode conter meu pensamento
A mim o futuro me angústia!
Deixem-me só
com meu mundo me contento
Deixem-me viver por mais um dia!
Não me façam engolir o que não quero
Trago a garganta apertada em nós.
Só da poesia refúgio espero!
Trago a dor de viver,
e amargura na voz.
Trago raiva e amor em mim
Toco a terra que me viu nascer
Sofro com o murchar do alecrim
Que nas brumas de Outono está a morrer.
Jamais se explica o que se sente
A vida é casa onde ando perdida
Onde soluçam as alegrias da gente
Mais dia menos dia de tudo esquecida.
natalia nuno
rosafogo
domingo, 11 de dezembro de 2011
AO PARTIR DA TARDE
Quero ouvir cantar
um pássaro com doçura
No silêncio do campo adormecido
sentir que há felicidade,
e com ternura,
lembrar nesta hora os passos,
as vozes que me dão saudade.
Tudo o que existe além
que a minha memória retém.
As árvores despem-se da folhagem
sem nenhum esplendor
No crepitar das faúlhas lembro a imagem
restos da felicidade e amor.
Como a arvore, meu coração morrerá
A vida sempre acaba em podridão
assim será!
O dia apagou-se
O pássaro calou-se
E o escuro se amontoa
Surge a perturbação, a solidão
E o coração não perdoa.
Nada se acaba completamente
Olho os dias passados e
tento abarcá-los
com a memória, com o olhar
e abeiro-me ainda a contemplá-los
e há uma sombra perdurável no ar.
Como é belo viver!
Apesar de o tempo nos corroer
Também o tempo dentro dos meus olhos
está a morrer
Já nada se sustém,
só a saudade
que sempre vem, ao partir da tarde.
rosafogo
natalia nuno
sábado, 10 de dezembro de 2011
O SONHO FICA AQUÉM
Avanço no sonho!
Ao chamamento
duma voz que por mim chama
Um perfume a jasmim trazido p'lo vento
Quem sabe, de quem me ama!
Entrego-me ao suave palpitar da mão,
do amor que acalento.
Fugiu o vento...
Sangrou meu coração.
Avanço no sonho!
Sobre o prado verde dos teus olhos
Tudo na memória se perde
Ficam os pensamentos dispersos
Pétalas secas aos molhos
Nestes tempos adversos.
Sopra o vento perfumado
Lembrando manhã de primavera
E meu sonho agitado
Lembrando que tudo perdera.
Verde sonho,
azeda melancolia
À minha alma chegada
Arrancando o que eu mais queria,
permanecer nesta ilusão afogada.
Assim resta meu coração a clamar,
minhas faces caídas,
esvaídas
Sem mais sonho para sonhar.
Chega a aurora
O sonho fica aquém!
É hora de aceitar,
da vida o desdém.
rosafogo
natalia nuno
imagem do blog imagens para decoupage
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
RASGO VERSOS UM A UM
Sobre noites profundas
Olhos sem pupilas, perdidos.
Adormecidos
por canções já apagadas,
lembranças,
nestas janelas fechadas.
A vida?
A vida é lenço branco a acenar
É uma oração sem esperança
É olhar para trás e recordar
E sentir-se eternamente criança.
É recolher no olhar
tudo o que não quer esquecer
Deixar o amor irromper
O sonho permanecer
Ter sede constante de viver.
Dizei-me o que fazer agora?
Às vezes o medo cresce, cresce
e as lágrimas surgem na hora
Enquanto o pranto desce
Me acode a esperança
e de novo volto a sentir-me criança.
Rasgo versos um a um
Fujo sem saber para onde
Feitos em pedaços a nenhum
quero ouvir,
nem o que neles se esconde.
O açoite do Outono
Ri e no meu corpo passa
Como folha de pinheiro ao abandono
Cai a minha vida
que é cada vez mais escassa.
O sossego me invade
Nesta noite profunda, aviva o fogo
da saudade.
Meu coração silencioso
Mas ateado nele um fogo
escuramente luminoso.
rosafogo
natalia nuno
imagem ret.do blog imagens para decoupage
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
PAIXÃO EM CHAMA
Meus lábios pronunciam
teu nome
Meu corpo apontado ao teu
é flecha veloz
Nos nossos olhos um caudal de luz
Emerge o amor de novo em nós.
E eu sou o teu sonhar,
o pensamento que te abrasa
Quem sorri no teu adormecer
Enquanto o sonho continua
Me tens de coração,
E alma nua.
Paixão em chama
Como nascida flor
É assim quando se ama
A verdade em que os sentidos,
despertam amanhecidos,
Como se nada tivesse distante
na loucura deste instante.
O amor é a nossa terra prometida
longínqua dos demais,
numa pintura esvaída,
onde o pintor vai retocando
amando,
e não cansa jamais.
Um cântico nos inunda
de felicidade
Persisto, sem desistir!
Pois para nós amor,
ainda existe
Um mundo por descobrir.
rosafogo
natalia nuno
imagens do blog imagens para decoupage
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
TERCETOS (VÁRIOS)
Não sei bem que chamar-lhes...pensamentos? IMAGINAÇÃO?
Ou Haicais?TERCETOS?
Coisas minhas....APENAS!.
I
Flor desfolhada
ao orvalho da madrugada
Pobre coitada!.
II
Movi-me à volta do sonho
O que vi? Nada risonho!
Mundo tristonho, também ali.
III
Sonhei o que eu era
Imagem imprecisa
Sombra do que fui.
IV
Húmidos vidros de Novembro
Morre a última rosa
Dela me lembro, vistosa.
V
O silêncio é leve
Resvalam palavras, bravas!
A vida é breve!
VI
Quem é esta mulher?
Esta a do retrato?!
A chorar desato...
VII
Frusta-se o tempo...tudo destrói
Morre o lamento
Surge dor que dói.
VIII
Desenleia o novelo
Vida sem história, sem memória
Caí no gelo.
IX
Presente enclausurado
Amanhã abismo, cismo!
Sonho o passado.
rosafogo
natalia nuno
imagem ret. do blog imagens para decoupage
NOITE DE SOLIDÃO
Nesta noite sem fim
Trago os passos num sonho
perdidos
Meu peito volta a doer
Mais uma mágoa desfolhada,
promessa de nada.
No corpo desejos a crescer.
Sentidos,
meus olhos cansados a esperar
a ver o corpo a suplicar.
Ah...se eu pudesse ter guardado
teus beijos numa taça de cristal!
Ao olhá-los matar desejos
E ser tudo assim tão natural.
Nesta noite imensa
Meus lábios esperam p'los teus
Finjo que não te espero
Mas sentir a tua ausência
Não desejo nem quero!
Peço a Deus,
que os sonhos que arborizo
Me tragam a tua mão
Que não me façam esperar
pois preciso
continuar a sonhar
Para que o sonho não seja em vão.
rosafogo
natalia nuno
domingo, 4 de dezembro de 2011
MAS NADA FOI EM VÃO!
Nas minhas noites uivam lobos,
E na linha do horizonte
há um grito distante,
no sonho a emoção se inclina
sobre a minha fronte.
Meu rosto é diamante
E a minha voz, de menina!
Caminho sobre a ponte
Levo nos olhos espigas,
verdes, do verde do monte.
Nos lábios levo cantigas.
Na garganta um soluço esmorecido
Nas mãos linhas mortas destruídas.
No caminho um crepúsculo já caído
Meus braços asas caídas.
Na vontade a resistência
Mas já da palavra a ausência
Mas a esperança vai aumentando!
E as lembranças?.
A Deus as bendigo, amando-O.
Lembranças a cada instante vivas.
Em mim cativas!
Insisto com esperança
na minha oração.
E a vida é feita de setim!
Os meus olhos durarão,
o tempo que a vida leve a chegar ao fim.
Coberta de vazio a vida?
Parece um instante eternizado!
Toda ela percorrida
É presente e passado.
Mas nada foi em vão!
Ato a vida e o sonho à minha mão.
natalia nuno
rosafogo
imagem ret- do blog imagens para decoupage
sábado, 3 de dezembro de 2011
GENTE RESIGNADA
POEMA DEDICADO ÀS GENTES DO CAMPO
Verdes e azulados na planície
Onde o homem deixou a marca dos dedos
e o sonho vazio,
pra que alguém visse,
Que estão carregados de sombras e medos.
Campos de verde pranto
De sonhos desfeitos e escombros
Que a lua cobre com seu manto
Cansaço de morte sobre os ombros.
Anda a solidão aí p'lo ar
Carregada de cinza e tristeza
Andam gentes consumidas a trabalhar
De olhos vendados de incerteza.
Pisam as ervas que sangram
Levam vidas absortas
Trazem liberdade na boca
Mas as almas estão mortas.
E a esperança? É coisa pouca!
Levantam-se em pedaços
desfeitos
Pensamentos ausentes
Conhecem a desventura, seus passos
são agora espigas sem efeito
de searas morrentes.
A vida inferno ensurdecedor
Brutal cansaço este viver
Morrendo á míngua de dor,
a raiva em si calada
amarga...que o faz sofrer.
.
rosafogo
natalia
imagem ret. do blog imagens para decoupage.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
O SOL NASCE NA MINHA MÃO
Quebram-se meus braços
Que fazer agora?
Será que é hora,
de parar meus passos,
ou ainda há tempo de verter
uma lágrima e enxugar o rosto?
Ainda me sinto a erguer
Com chama e com furor
E lágrima que se perder?
Será uma só, uma, orfã e por amor.
Resta-me a palavra
Tudo o resto deu em nada!
Em mim só a saudade lavra
no peito uma alegria desmesurada.
Não troco minha vida por nenhuma
Nem sonhos, nem esperanças,
não troco, não!
O sol nasce ainda na minha mão,
E a alma vagueia por aí como pluma.
A vida que quebrou meus braços
Foi mãe e madrasta
Deixou-me andar de pés descalços
Mas, traz-me sempre um novo dia
e isso me basta.
natalia nuno
rosafogo
imagem retirada do blog imagens para decoupage
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
MEU PÁSSARO OCULTO
Canta o pássaro na ramaria
Num secreto ramo escondido
Apaixonado p'lo dia
Canta 'p'lo amor perdido.
O vento lhe afaga as penas
As que traz no coração
Assobia com sedução
Penas que traz às centenas.
Canta o mundo em harmonia
Canta o amor somente!
Musica simples doce ou sombria
Até parece que é gente!
Sua voz me enche de esperança
Traz-me de volta recordações
Pássaro oculto na lembrança.
Cálidas preces, ilusões.
Na minha alma a quietude
Dos campos todos em flor
O sonho visito amiúde
E minhas pégadas são de amor.
Minha mágoa é por ventura tardia
Na minha alma a tristeza
Na roseira uma rosa sombria
Chegou o Outono com certeza.
O pássaro canta e chora
Continua oculto no ramo
Neste céu outonal é hora
De dizer...amor te amo!
Escuta o orvalho caindo
Aqui, ali beijos trocados
A pressão que estou sentindo
De nossos dedos enlaçados.
Quanta solidão acesa
Neste sol, neste céu
Só eu não tenho certeza
Nos ramos do meu coração
Se esse pássaro é meu
Ou a sombra que sou eu!
Um vulto na solidão.
rosafogo
natalia nuno
terça-feira, 29 de novembro de 2011
FELIZ NATAL A TODOS OS AMIGOS
NATAL
Ouve-se música na velha catedral
Velas acesas é noite de Natal
O menino é de madeira esculpida
A seu lado o olha sua Mãe Querida.
Recitam-se em voz alta orações
Silêncio, ouvem-se até os corações.
O hino é cantado pelo coro
Os meninos o entoam como um choro
As naves cheiram a brancas rosas
Aquietam-se as almas ansiosas.
Vem do céu toda esta harmonia
A noite é velha e tráz estrela
Ninguém esquece a noite deste dia
Suspensa a hora nos altares da capela.
Os meninos o entoam como um choro
As naves cheiram a brancas rosas
Aquietam-se as almas ansiosas.
Vem do céu toda esta harmonia
A noite é velha e tráz estrela
Ninguém esquece a noite deste dia
Suspensa a hora nos altares da capela.
Há amor
E comoção nos sentidos
Missa do galo redobra o sino
E há calor
Nos corações em Amor envolvidos
Faz-se oração, nasce o Menino.
E comoção nos sentidos
Missa do galo redobra o sino
E há calor
Nos corações em Amor envolvidos
Faz-se oração, nasce o Menino.
natalia nuno
rosafogo
rosafogo
A TODOS OS AMIGOS POETAS QUE VISITAM ESTA CASA UM NATAL FELIZ E UM
ANO NOVO COM MUITA SAUDE AMOR E PAZ...
TUDO QUANTO AMEI!
Trago nos olhos
silvados floridos.
Margaridas nascem nos meus dedos
Há rouxinóis na ribeira
dos meus sentidos
Chuvas de Abril lavam segredos.
Nas palavras há rosas abertas
Meu corpo foi terra de sementeira,
seara verde ... na tarde,
agora deserta certa,
sombra dura minha verdade!
Quer se queira ou não queira.
Depois da angústia a fadiga
que surpreende o passo
O destino vigia
Dando uma mão amiga
E o bálsamo do teu abraço.
Como o sol dum novo dia.
Chegue onde chegar meu dia
Ainda que me queira cegar
Pedirei a luz com que te via
Só mais um instante p'ra te olhar.
E então perguntar-te-ei:
Quem foi que morreu?
O tempo? Eu?
Ou tudo tudo que amei?
natalia nuno
imagem retirada do blog imagens para decoupage.
sábado, 26 de novembro de 2011
AVANÇO NO SONHO
Dentro do meu coração
Fonte, nascente de ternuras
Tarde clara de verão.
Já é quase Primavera
E Abril se aproxima
Ai quem me dera, quem dera
Esquecer-te numa lágrima.
Olho esta água serena
Do rio que corre em mim
Tenho pena, muita pena!
Do sonho a chegar ao fim.
Ouço o soluçar das fontes
No ar o cheiro do jasmim
Ai vida não me amedrontes!
Quero minha memória assim.
Em troca assim te quero
Rasgada nuvem me sinto
Arco íris em desespero
Um facho de chuva extinto.
Flutuo na tarde...
Morna, esta tarde de Maio
Ai se não fosse a saudade!
A saudade onde caio.
Sonho, bendita ilusão!
E o sol me alumia
Só que no meu coração
Manancial de amor queria.
Andam pétalas p'lo chão
Neste meu jardim desfeito
Ai, já me sangra o coração
Deserto feito no meu peito.
natalia nuno
rosafogo
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
AMOR QUANDO ME AMAS
Louca... louca queria ser!
Rio que desliza rumo
ao mar,
fluir indiferente, sem cessar
Esquecer,
o futuro inverno cinzento,
esquecer meu desalento.
Meus olhos são rios nascendo,
e nem sei porque choram!
Talvez porque se estão perdendo
dos teus, que tanto os namoram.
Tão triste porquê, não sei!
O que procuro também não
Tantas horas já passei
Sem saber porque razão.
O tempo me foge e se perde
A galope sobre meu rosto
Que já foi seara verde
E também luar de Agosto.
Solta-se a lua sobre as águas
Em meus olhos faz remoinho
A sombra das minhas mágoas
Se estende p'lo caminho.
E já o mundo amanhece
Nas fronteiras do meu sonho
Logo o corpo padece
Nem ouve o que lhe proponho.
Nas minhas mãos nostalgias
Trago no peito ameaças
Neste amor terna me querias!
Ternura há quando me abraças.
Ergo-me de fronte ao céu
Nas minhas mãos as esperanças
Minha alma trago ao léu
Na memória as lembranças.
Corre depressa meu sangue
no coração a arder,
numa rajada de chamas.
Louca... louca queria ser
AMOR quando me amas!
rosafogo
natalia nuno
imagens retiradas do blog imagens para decoupage
PoEmA à RoSaFoGo
PoEmA à RoSaFoGo.
Trago bordadas no peito lembranças com as quais me deito e me aquecem na noite fria, noite de pura nostalgia e no telhado o gato mia e tudo numa pura alquimia... E as estrelas são minha companhia e a lua altiva no céu e até apareceu uma cotovia que me faz bem com o seu tagarelar de noite e de dia... E voltei a sentir-me criança e a navegar numa noz no meu mar de bonança e bem longe vai minha voz enquanto o mundo veloz nos imprime a calcina atroz... Mas bem longe meu algoz que estou vivinha da silva e ouço no campo o algeroz e inspiro a madresilva e ouço cantar o melro e brinco debaixo do amieiro com o fofinho cordeiro que pasta no lameiro com seus irmãos e a mãe, e contrita digo amem com o inteiro universo que me inspira logo para o melhor verso, a mim, poetisa rosafogo! PEÇO DESCULPA À POETISA QUE ADORO PELA OUSADIA DE TENTAR IMITÁ-LA. POIS É CERTO E SABÍDO QUE É IMPOSSÍVEL TAL TAREFA, MAS FICA EM JEITO DE DEDICATÓRIA! BEIJOS E ABRAÇOS SIDERAIS DA AMIGA AO INTEIRO DISPOR, QUE TE ADORA E DESEJA TUDO DE BOM, Maria«*+*» «*+*» |
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=206640#ixzz1eiiTINI8
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Obrigada Mariaa
rosafogo
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
AMOR FEITO DESEJO
Mas é pura e serena esta alegria
em que me deixo perder!
Vivo e alguma coisa embriaga o ar
Aqui, ali, a esperança, e sempre a fé,
não deixo de reconhecer
que ando agora mais devagar.
Posso olhar-me!
Alegrar-me...
Com olhos espantados
e a interrogação na boca,
Depois de tantos passos dados,
Ainda confio e estendo os braços á vida,
e vivo-a, louca.
Como a água viva que canta e é sempre
jovem!
Reconheço-me forte
Avanço por entre a multidão
com o coração a pulsar.
Acolho o amor e com sorte,
me entrego enlouquecida,
ao amor a te amar.
Meu peito bate lento,
duma forma perfeita.
Não há solidão nem esquecimento,
quando a lua cai sobre nós
e aí se deita.
Há muito que meus olhos verdejaram
Há a memória ainda fresca desses verões
Quando os teus me ollaram e amaram
E em uníssino bateram os corações.
Ainda que a vida nos fustigue
E nada seja como dantes
O amor será sempre a verdade
que crepita nos nossos instantes.
Este mistério que nos causa saudade
Fogueira onde nos aquecemos
Verdor dum bosque onde nos perdemos
Amor feito desejos
vivos!
Sonho que não faz ruído
Meu coração e o teu cativos.
E as águas velozes correndo
no mesmo sentido.
rosafogo
natalia nuno
imagem retirada do blog imagens e flores para decoupage.
UM MIMO (oferta)
Como sempre um poema com teu cunho
e mulher valente cerra o teu punho
e bate na mesa contra a corrente
de trisreza que se quer instalar
e voa no teu sonho sempre ardente
e depois vai ver o sol morrer no mar
com as estrelas que tens no olhar
e a Lua te conduza a bom porto
onde o amor não está nada morto
mas bem vivinho da silva, menina,
que comes uma vermelhinha romã
e de novo subirás a alta colina
no novo dia logo pela manhã
e à noite de novo aqui tragas
o teu po´rtico e bulicioso afã
com que as almas todas embriagas!
BEIJOS E ABRAÇOS SIDERAIS
DA AMIGA AO INTEIRO DISPOR,
Maria«*+*» «*+*»
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=206530#ixzz1edgUVWOG
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
COMENTÁRIO A UM POEMA MEU.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Ai...Ai...Ai...
Ai, Ai, Ai...
A Vania resolveu aceitar a boleia desta menina a cantar qual sereia. Então liguei o turbo do descapotável e seu chapéu vôou, tão admirável... Voltamos atrás e lá estava o dito mas na cabeça da Alice, sem carrapito. E quando a Vania lho queria tirar veio a Natália dele se apossar... Mas ainda mal o tinha na sua mão e já estava a Nanda com ele, oh não, só que a jessica também se adiantou e o chapéu à Nanda depressa tirou... E uma infindável fila de poetisas prontas pra quererem o belo chapéu... E quem o tem agora são umas brisas que bem o fazem voar pelo infindo céu! Mas como chapéus há muitos Vaninha, não fiques triste que outro há-de vir muito bem assentar em tua cabecinha e a gente atrás dele de novo há-de ir! «*+*» «*+*» |
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=206495&com_id=822605&com_rootid=822605&com_mode=nest&com_order=0#comment822605#ixzz1eZcPJtb5
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Poema da amiga Mariaa do LusoPoemas.
UM MEDO ME ASSOLA
Sentei-me sobre a erva
Olhando o azul do rio,
e o orvalho do salgueiro.
Respirei o ar frio.
Nos meus olhos um fio de sol
despontava.
Lembrei nossos corpos
quando a gente se amava.
Claro despertou o dia!
E as romãs se abriram
Trinavam pássaros inquietos
Lembro dias que se seguiram.
Ao longe o melro e o assobio
E as brasas de sol que rompem
Vou olhando o azul do rio
Sonhando,
sonhos em turbilhão,
Enquanto o vôo rasante e mais livre
Me liberta o coração.
Nasci olhando o rio
Dele trago a nostalgia,
a frescura,
a dança das águas,
neste destino em fuga.
O nevoeiro do esquecimento
A ternura e as mágoas
Tudo no relampago dos meus olhos.
Onde se abre o firmamento.
Um medo me assola
No rosto um golpe de vento
O crepúsculo amadurecido,
passou o dia e o salgueiro chora.
As madressilvas embaciadas
pelo orvalho do entardecer
É hora!
De descansar as lembranças cansadas,
de aprisionar a vida no sonho
Sonho que põe agora
estrelas nos meus olhos
e me deixa nesta moleza
que me embriaga.
Já a lua se embeleza
E a vida se apaga.
rosafogo
natalia nuno
UM DIA DE OUTONO
Cai a chuva é Novembro
Floresce o chão da vida
Nasce de novo a amizade
... Não me busques ao espelho
Estou aqui...é realidade!
Sou a rosa da saudade.
Já não sou cravo vermelho
Sou o vento e o mar
nas ondas falantes
dum cais a flutuar.
Na esperança de te encontrar.
À deriva caminhei
Na lua, no sol te encontrarei
Na esquina de todos os bocados
Bréu onde te amei
Um dia descansarei...
Poema elaborado p'las cinco Poetas amigas...MARIA GOMES, NATALIA NUNO, ANA COELHO, ANTONIETA OLIVEIRA, MANUELA FONSECA, num dia em que a amizade reinou e vai perdurar.
imagem retirada do blog imagens para decoupage.
Subscrever:
Mensagens (Atom)