palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
quinta-feira, 22 de junho de 2017
meu canto se nutre de ti...
falar do meu sonho, algo mo proíbe
trago no rosto o olhar de verde terra
no coração a criança que ainda vive
no passo a lentidão q' o tempo aferra
meu sonho só o teu regresso espera
logo o júbilo no coração me surge
não quero morrer de morte austera
vem então depressa q' o tempo urge
em vão, não se vive ... a ser verdade?!
estarás tu para sempre a mim unido
demasiado antiga é esta nossa idade
somos agora o outono, outono lento
amas-me ainda, n' tudo está perdido!
à que se perde em mim, sorri o alento
natalia nuno
rosafogo
quarta-feira, 21 de junho de 2017
minhas sombras...
tuas mãos sossegam o meu receio
quando o sol não chega onde a sombra habita
esta sombra que me invade
esta amargura crescente de onde me chegam
meus poemas, esta saudade,
ando louca como pássaro no cio
chegar-me-ei ao rio
e o espelho das águas me dará uma razão
para que minha loucura abrande
no tempo que trespassou meu coração
surge a noite de olhos escuros
e as tuas mãos sossegam meu receio
vem o vento de poente traz os dias duros
e a vida vai a mais de meio
o tempo, sempre o tempo, sem tréguas dar
choram os salgueiros da beira rio
nossos olhos, nossos beijos vão cruzar
ando louca como pássaro no cio
já o sol decai na nossa vida
já tudo ao nosso redor se aquieta
nossos corpos trazem a lição aprendida
alheios abandonamo-nos ao sonho que nos liberta.
natalia nuno
rosafogo
domingo, 18 de junho de 2017
choro ao afastar-me...
despojada vou envelhecendo
restam-me os versos que faço com agrado
tudo se foi perdendo
tal como o sol que se acaba no prado
as memórias vão esvaindo num céu intenso
e o coração em turbilhão tudo encerra
digo adeus às lembranças acenando lenço
e duramente p'la morte fico à espera
morre a menina de malha na mão
e arco à cintura
e vestidinho de verão
como nuvenzinha levada p'lo vento
com ternura,
deixa-se dormir lá p'lo firmamento
a vida é bola de sabão
que a todos enamora
vai do crepúsculo à aurora
volta a subir ou talvez não!
trago comigo, tanto passado
tanto, tanto como um longínquo mar
de tanto, tanto ter amado
só meu olhar o sonda e lhe pode chegar
a minha voz já é um pouco rouca
e a luz em mim é já tão pouca
como me lembra a rapariga
q' inda em mim se abriga...
no peito apertada com ingénua paixão
enquanto nesse peito bater o coração
natalia nuno
rosafogo
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