hoje nem se avista a cidade
nem há aves em liberdade
só eu de cabeça esvaída
espreito pelas vidraças um sinal de vida
a alma impregnada de poesia
e uma chávena de chá na mão
para travar esta melancolia
que me vai na alma e coração.
a atmosfera é tão pura
o ar tão vivo
e um pouco de frescura, o sol descobriu
parece que uma nova vida em nós
se infiltra, nesta manhã primaveril,
um cheiro aromático exala da natureza
e das flores de tons mil,
em canteiros de verde suave.
por aqui perto canta uma ave
e meu olhar parece absorver um pouco de sol,
nas narinas um leve perfume de resina
na fronte uma profunda ruga
por lembrar meu tempo de menina,
pequenas nuvens correm no céu
e uma tépida brisa o rosto me acaricia
com uma terna piedade,
por mim... por esta abulia
que me provoca saudade.
natalia nuno
rosafogo
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