palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 15 de julho de 2017
amarro o tempo...
que angústia é esta de onde me chegam
meus poemas, que saudade me invade
quantas asas de pássaro se chegam a mim
trazendo-me memórias sem fim?
o tempo, esse mudou-me o rosto
agora nele reside a sombra
já não o reconheço, extinguiu-se seu poderio
é agora um inverno frio
onde a amargura é crescente
que será de mim amanhã
só a tristeza será minha irmã?
e o meu peito subitamente
se mostrará conduido, deitado por terra
em busca de algo que o mantenha vivo
enquanto apalpo palavras na tentativa
de me manter viva...
como posso esperar que o sorriso regresse
se as horas se despedaçam, e só a mágoa vive?
já não amanhece, só anoitece
adormeço nas recordações dos amores que tive
emolduro tudo o que é melancolia
relembro o nome de flores,
amarro o tempo
e sento-me a olhar as giestas, a ouvir os rumores
dos regatos cantantes, até que o coração
embeba de alegria...
e uma gota de orvalho venha trazer-me de novo
tempo de ventura, para poder cantar em meus versos
uma nova colheita de ternura...
natalia nuno
segunda-feira, 10 de julho de 2017
amor de outono...
ora verde ora seca a verdura da alma
e o coração é como vela a arder
é chama viva,
ora doce e calma
de assim, por ti sofrer...de tanto te querer.
agora que já se quebram os passos
caminho lentamente até ao inverno da vida
abandono a tarde dos abraços que é já um mito
as aves acalmam as penas
nas horas mortas serenas do meu silêncio
só eu lhes escuto o grito,
já a hera não trepa o muro
nem o orvalho enche a manhã
que tempo este... tão duro,
outono de esperança vã
que o sol já não doira...
já o pássaro não chora o ninho
nem as madesssilvas floridas
enchem o caminho,
morreu-me a vontade de semear
arrefeceu o gosto de colher
já nem sei o que é amar
esqueci até que sou mulher
nunca o sol me viu tão triste
já meu pensamento desatina
se é que o amor existe
não fez parte da minha sina.
resto agora de esperanças vazias
a saudade no meu peito mora
morro todos os dias a toda a hora
mais um pouco, por amor,
justamente
de amor rendida...
saudades matam quando estás ausente
e meu corpo o desejo não olvida
enquanto não arrefece no meu peito
este amor quase perfeito...eu te quero
e sempre te espero...
natalia nuno
rosafogo
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