as paredes antigas fascinam-me... ninguém, nem o tempo consegue tirar-lhes o ar misterioso, guardam segredos dos que perderam o norte, deixando saudade, ou quem sabe sabor amargo com a sua ausência...parece que alguém aguarda por detrás das janelas ... quando as olho, consigo abstrair-me da realidade... e quando a chuva cai do céu e o vento não cala, mantêm-se nelas as cores sombrias duma primavera empalidecida, resta o sol na memória de primaveras risonhas dentro das quatro paredes... fico no sonho, o outono cala as minhas sombras, desespera por cobrir a solidão que se faz sentir no meu peito, apesar da beleza, a folhagem vai caindo como um pranto ao acaso e sem medo é levada pelo vento norte à sorte...as folhas são lembranças soltas, virá de novo a primavera dar-se-à o renascimento, só a vida não volta....as paredes sombrias ainda de pé, choram de solidão, calam a saudade dos que partiram...ouve-se o lamento e o som dos meus passos buscam em vão!
palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
a solidão me sobra...
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
um pedaço de mim...
sei de mim...
o pensamento assegura-me um mar de sonhos, com aromas arrancados de vermelhas rosas, e nas sombras das palavras, viverás para sempre nas areias desse mar, hei-de despir-te com a ponta dos meus dedos e, nesse instante de fogo, quero-te na inquietude desta minha sede, quando o sangue brota e o coração pulsa...há begónias que florescem na minha saudade, e açucenas tristes que olham meu rosto, trago teu nome escrito no meu peito, quero um abraço forte e tudo o que vem de ti aceito... diz-me o pensamento que te mereço, mas sem um mar de sonhos, enlouqueço! solto um grito de verdade, quero morrer, renascer e voltar a amar-te, para de novo te perder... nesta magoada saudade.
natalia nuno
sábado, 26 de dezembro de 2020
nostalgia...
Nostálgica, talvez porque vai terminar mais um ano, coisas minhas...Hoje apetecia-me ler cartas de amor que nunca me escreveram, que me rasgassem o peito de saudade e cobrissem meus olhos de água, me lembrassem que já foram meus olhos verdes, p'los quais andaram apaixonados...dado que já me esqueço uma vez ou outra..mas nem o vento vem falar-me dum poema onde fui notícia, nem que fosse o derradeiro! Hoje, queria que o sol descobrisse meu endereço, me deixasse confessar-lhe meus sentimentos, fizesse parte da minha solidão, e, me trouxesse de volta os dias felizes, amanhecesse de novo a minha vida... Aprendi a fugir da realidade, embora pareça leviandade, para mim é um impulso de bom senso, deixo-me num mundo mágico onde eu e a poesia desfrutamos do aroma dos cravos e das rosas...Não me deixo derrotada! O poeta é um ser inconstante, ora está feliz, ora não, entra em contradições constantes, mas seus dias são preciosos e necessita sonhar nem que o sonho por ventura não se realize nunca...É assim que me sinto!
natalia nuno
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
palavras do vento...
silenciosa despedida....
na brancura desta página
surge uma estrela que me encandeia
e um desejo infinito que o coração
escrevo com palavras de fogo
sonho-te em cada uma delas
e a noite soletra comigo teu nome
vejo sombras para lá das janelas
e sinto do teu amor sede e fome
choro por dentro, silenciosa despedida
e como ave de asa partida
sofro indiferente na solidão,
diluo-me inteira numa flor de melancolia
e escrevo meus versos mais intensos
do fio da noite até ser dia
branca era esta página
nela procurei a imagem da minha face
espreitei sem ver, para poupar
meu coração, e indiferente sofri na solidão
fiquei a tiritar pela esquina
do poema, e a perguntar-me por aquela menina,
que jamais regressaria ao calor do meu olhar
trago a esperança pervertida
choro por dentro,
natália nuno
rosafogo
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
amar-te...
domingo, 20 de dezembro de 2020
Natal
A todos os os visitantes deste Blog, desejo um Bom Natal, que sejam contemplados com saúde amor e paz. O amor e a amizade são os melhores presentes para se oferecer, nesta época de reflexão que os bons sentimentos habitem os nossos corações...
sábado, 19 de dezembro de 2020
senhora de nada...
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
morro por dentro...
domingo, 13 de dezembro de 2020
olhos de menina
fecho os olhos...
num dia cinzento...
sábado, 12 de dezembro de 2020
na nobreza das tardes...
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
lágrima a secar no rosto...
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
poema enfadonho...
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
embalo o sonho que me resta...
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
um rumor vivo...
que procuras tu de verdadecom essa tua linguagem saudosa?perdes-te na saudadee vais morrendo como rosaque na jarra passou da idadeé frágil tua palavra pronta a morrerpara quê dares-lhe continuidade?nada és, nada hás-de ser!como é pequeno teu mundo de ilusãosó a saudade é tua companheiranesta morte adiada,que aos poucos te leva o coraçãoque procuras então?se nada acontece, se a esperança jáesmorece,um golpe de sorte?como é frágil a tua palavra sem fulgordisfarças o medo da mortee a cada instante a saudade no teupensamento faz rumor.tens um sonho diferente, labaredaque se esfumavives a cruzar a mente, como aguaceiroque atravessa a bruma, sem alcançaro sonho, atada a ti mesma, enclausuradavives uma morte adiada.natalia nunorosafogo
domingo, 29 de novembro de 2020
poema sem coração...
voltar a sorrir...
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
conciliando a vida...
domingo, 22 de novembro de 2020
doce ilusão...
surpresa...
Poesia que me dedicou um estimado amigo, João Raimundo, brilhante Poeta.
RESPIRAR POESIA XXIII
domingo, 15 de novembro de 2020
resta viver de saudade...
julgo entender, ou talvez não!
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
já nada me derrota
desilusão...
as paredes antigas...
natalia nuno
terça-feira, 10 de novembro de 2020
Flor...
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
pois até de amar-te já passou da hora!
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
quando meu nome esquecer..
terça-feira, 3 de novembro de 2020
é a hora das sombras...
sábado, 31 de outubro de 2020
como um rio que corre ao mar...
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
mar da minha vida...
terça-feira, 27 de outubro de 2020
minhas penas...
domingo, 25 de outubro de 2020
no sonho onde aconteço...
arpejos de sol...
na minha memória há migrações
sábado, 24 de outubro de 2020
deixa-me o sabor da tua boca...
deixa-me o sabor da tua boca, acaricia meu rosto fatigado na tarde lenta em que as minhas mãos tecem palavras de loucura, como se rezassem!...olha-me com espanto, como se eu continuasse a ser o teu encanto, nua ou vestida percorre a minha pele, poro a poro, afunda-me no teu peito com aquele jeito, com que eu sempre coro...não me deixes neste silêncio estranho, ou no vendaval onde me dobro para não quebrar, o tempo cruzou-se comigo nestas longas caminhadas pejadas de partidas e chegadas, deixou sinais que não posso esquecer e restos de esperanças que quero reter...há lembranças que se vão desvanecendo tal como a tarde, percorre-me o sonho na claridade do teu olhar, onde a felicidade e a ternura são canção de embalar...os meus dedos de menina escrevem umas linhas de amor, e nas tuas mãos, esconde-se a lua vestida a rigor...
lembranças...
Hoje lembrei a adolescente que conservo na lembrança com comovido afecto, e recordei-a feliz e descontraída, no seu sapato alto e saia reduzida. Orgulhosa da sua aldeia e da sua gente que apesar de pobre , era rica de sentimentos, sendo eles que deram sentido e esperança ao desabrochar desta adolescente. Hoje, lembrei também dos rapazes de mãos rudes e palavras desajeitadas e dos bailes onde sonhava ser princesa sem castelo. Há diariamente uma história que conto a mim própria que jorra desta fonte que é meu passado, ora alegre ora sombria mas sempre viva. A aldeia e eu seduzimo-nos mútuamente, há recordações que acarinho e evoco nas minhas horas sombrias e assim me vou distanciando, sentindo-me agora um ponto ínfimo no fim da caminhada. Devora-me o tempo, só a Poesia me reconforta e a memória é ainda guardiã do arquivo onde guardo recordações.
natalia nuno