nas lentas lembranças da tarde
quando o sol se despede no poente
surge nostalgia a falar-me da gente
da juventude dos corpos,
vindo ao de cima um irremediável
ardor...
como se não fosse já capaz
de dar um passo
solitária, a vontade jaz,
precisa urgente dum abraço!
ouve o vento entre as árvores
parece-lhe um mundo já perdido,
que longínquo o já vivido!
foi a pressa dos passos
agora segue errante de si
até ao fim, pergunta
o que faço aqui?!
onde a noite se esconde
e a morte por certo me ronde.
voa no voo perdido das folhas
leva no coração que nada vê!
esse amor, ainda, quando a olhas
fogo secreto de quem ainda crê.
natalia nuno
rosafogo