quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

tão quase tudo...



tão quase tudo... a verdade é a poeira sem assentar a fazer-se ninho nos meus olhos e o meu universo toldado, vem até mim um pássaro que ri, inventa e chora, e em cumplicidade sentamo-nos no alpendre conversamos sobre flores, falamos de primaveras e de vôos de outono, de chegadas e despedidas, olhamos os riozinhos de sol que correm no meu rosto onde as rosas já não crescem, um pavão de asas abertas me confronta o coração...há muito que não me faço perguntas, repouso das interrogações da vida, das esperanças defraldadas, das borboletas cegas que sobre os sonhos voejam, repouso da saudade de granito, e assim vou dizendo adeus sem me doer...
natalianuno

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

renasço e extasio




na inquietação do meu outono
o olhar chora comovido
cresce o vento enlouquecido
bate-me na mente como uma fera
tirando-me o sono,
chega como uma ave selvagem
e pousa nas folhas cegas da solidão
que ao abandono
jazem em meu coração

nesta minha noite escura
range o tempo impaciente
de tanto me recordar à distância
subitamente...
cerro os olhos de assombro
e esperança...a vida chega formosa e repentina
e eu, sou de novo menina...
há uma miragem de felicidade
que no sonho quis alcançar
tão transparente como a água do mar
ante esta ventura que é sonhar
renasço e extasio
esqueço o outono, canto e danço
numa vertigem de fogo
aqueço-me no êxtase do estío...

natalia nuno
rosafogo