palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 23 de abril de 2011
A TRAVESSIA
Há uma ponte na minha lembrança
A travessia é obrigatória
Do outro lado a criança
A criança da minha história.
Vejo o rio,
Já passaram as águas
As horas foram caindo...
Deixei por lá minhas mágoas,
Como gotas de cacimbo.
Tudo por lá está ausente
Tudo partiu eternamente.
Nostalgia, minha terra distante
Águas ainda soam nos ouvidos
Olho a vida neste instante
Nostálgicos os meus sentidos.
Solto as velas da imaginação
Não sei já o que é real ou ilusão
O que é alegria ou tristeza
Se é deleite ou sofrimento
Mas tenho a certeza!
Que é amor o sentimento.
Amor que sinto... carente
Da criança do meu destino
Num sofrer pungente!
Alojo-a nos labirintos do coração
Presa por um fio fino,
Ao ocaso da solidão.
rosafogo
natalia nuno
imagens do blog imagens e flores...
TEMPO DE SAUDADE
A laranjeira floria
E a minha mãe partia!
A laranjeira está em flor
Hoje a recordo com Amor!
O dia estava lindo
Ela me deixou sorrindo
A laranjeira floria
E a minha mãe partia!
O céu de azul se vestia
Adormeceu, sonhando.
Fechou os olhos sorria
Sem querer, me foi deixando!
Minha mãe, sabia ler
Meu caminho acompanhou
Ensinou-me o seu saber
A ela devo o que sou!
A laranjeira está em flor
Hoje a recordo com Amor!
Apertou a minha mão
E a laranjeira floriu
E só do meu coração
Ela ainda não partiu.
Eu a trago dentro de mim
Neste caminho, feito saudade
A dor mesmo não tendo fim
O tempo a fará suavidade.
A laranjeira floria
E a minha mãe partia!
A laranjeira está em flor
Hoje a recordo com Amor!
Inconsolável, ficou meu ser
Comigo,ficou seu último sorriso
Era torre de marfim p'ra me defender
Agora! Vem dela a força que preciso!
natalia nuno
rosafogo
sexta-feira, 22 de abril de 2011
O SONHO E A POESIA
A Poesia existe em mim
Não é uma invenção louca
Pode até ser coisa pouca
Ou antes um drama sim,
de querê-la,
porque se ama
E não se quer perdê-la!
O pior é que angústia senti
e lágrimas recolhi
É que a rejeito
mas preciso dela
Amá-la assim do meu jeito
Ela vive em mim e eu por ela!
Aparece
Desaparece
Por entre meus dedos
Tráz e leva segredos.
Mistura-se com os meus sentimentos
Faz-me rir, faz-me chorar
Dá-me bons e maus momentos
Faz até o amor regressar.
Levanta a poeira da solidão
Sinto-a como me sinto a mim
A Poesia existe sim!
Não é loucura não!
É minha alma gémea, somos uma só
É meu caos e meu caminho
Não! Não tenham dó!
Que o sonho já vem pertinho.
rosafogo
natalia nuno
MOÇA MENINA
Moça, menina
Vestida de vento
Altiva e ladina
Vive só o momento.
Gargalhada aberta
Os olhos são verdes
Tudo em ti desperta
Vê se te não perdes.
Tu és a saudade
És o livro aberto
És a Liberdade
És o Céu por perto!
Menina, criança
Tristeza, alegria
Quando a noite avança
Teu dia, ainda é dia!
Nos cabelos, luar
Na boca cerejas
Nos olhos tens Mar
Que mais tu desejas?!
poema dedicado à minha neta de nome Margarida que adora poesia
PARTO DE MIM QUEM QUERER SABER
Abro-te meus braços sem hesitação
Tomada dum desejo de te amar!
Faz-me o Amor estremecer o coração
E fica uma centelha de luz no olhar.
Rompe-se o silêncio, escuto o som do Amor
Entro nos prazeres dos tempos esquecidos
Obstinada procuro no sonho o calor
De quem se liberta e tem sentidos vivos.
O prazer é forte, deixo-me perder
Abro-te meus braços sem hesitação
Parto de mim sem querer saber!?
Se regresso ou fico pisando teu chão.
rosafogo
natalia nuno
Tomada dum desejo de te amar!
Faz-me o Amor estremecer o coração
E fica uma centelha de luz no olhar.
Rompe-se o silêncio, escuto o som do Amor
Entro nos prazeres dos tempos esquecidos
Obstinada procuro no sonho o calor
De quem se liberta e tem sentidos vivos.
O prazer é forte, deixo-me perder
Abro-te meus braços sem hesitação
Parto de mim sem querer saber!?
Se regresso ou fico pisando teu chão.
rosafogo
natalia nuno
quinta-feira, 21 de abril de 2011
COM SAUDADE!
Meu peito fica pequeno
De guardar tantas loucuras
De tantos anseios pleno
Esquece até as amarguras.
De manso fica minha estrada
Minha saudade descendo
E eu sigo serena embalada
As agruras esquecendo
Não querendo,
saber mais nada.
Deixo meu olhar embriagar-se
a ver de novo baloiçar-me
na magia...
Hei-de sentir outra vez,
o meu coração agitar-se
na hora tardia do dia.
Na apoteose do poente
o sol se esconde
Eu ainda me sinto gente
Lembro a eterna rebeldia
E estarei sempre lá, onde,
fui feliz um dia.
Entrego meus sonhos ao luar
Deixo-os em areais distantes
Na brisa da tarde, no azul do mar
E vivo mais uns instantes
Com saudade!
natalia nuno
rosafogo
imagem-blog imagens para decoupage
quarta-feira, 20 de abril de 2011
SAUDADE DA SAUDADE
A minha graça de moça
O meu ar de menina
Não há quem me ouça
Já a saudade me mina!
A emoção, a saudade
São como sombras ou cortinas
Que me afastam da realidade.
São vazias esquinas
Chegam notícias pelo vento
Num silêncio surdo
E eu acalento
Memórias que são já absurdo.Vou longe na imaginação
Toda de branco e de véu
Rejubilo de emoção
Levada pelo meu pai...vou eu!
Numa alegria serena
É solene o momento
Doce alquimia,
Recordo a cena
As vozes, os cheiros a alegria
E meu pensamento
Tão próximo de tudo
Mas não passa de meditação,
imaginação,
tudo o mais é absurdo.
Tudo parece realidade
Mas é apenas saudade.
natalia nuno
rosafogo
ESSA TEIA
Meus sonhos flores desfalecidas
Minhas mãos trago calejadas
Meus olhos duas ilhas perdidas
As ideias de solidão invernadas
Os desejos rios correndo ao mar
No peito o coração já desfeito
Os olhos não permitem estagnar
A mágoa que abarcou meu peito.
Desaba o Mundo sobre a cabeça
Minhas horas são prata desfeita
Eu espero a Vida se compadeça
No coração é quietude que sinto
Mas a morte de mim suspeita
Sempre fujo quando a pressinto.
natalia nuno
.
AUSENCIA FORÇADA
Range na porta a fechadura
E eu lembro-te com os olhos da mente
Lembro o som do ranger na hora dura
Da despedida entre a gente.
E me deixas sem palavras e sem norte
Atrás da porta esperando
Que os dias passem e com sorte
A gente se encontre e vá esta dor calando.
A saudade dá frio e eu invento milagre
Escrevo-te palavras para o tempo entreter
Já não basta uma visita p'ra matar a saudade
E esta escrita só me faz doer.
Numa rajada de sabor
Chegas... e faz-se Amor!
As lágrimas me chegam p'la memória
E quantas chegadas e partidas
Houve na nossa história?
Quantos dias contados, quantas portas batidas
O coração batendo, fervendo de vida
Minha memória, está ainda ressentida.
E neste caudal de lamentos
Morro por fim no sítio onde te espero
Com os sentidos magoados p'los momentos
Que ainda recordo com desespero.
Foi uma violência a vida
Mas a semente germinou ainda assim
E com tanta despedida
Nosso Amor não teve fim.
Alguém ficou de lágrima e alegria coagulada
Sentindo o tempo passar determinado
Desisto da aventura por estar cansada?!
Agora que caminho a teu lado?
rosafogo
natalia nuno
todas as imagens são retiradas do
blog imagens para decoupage.
.
HORAS CONSUMIDAS
O que tinha p'ra chorar
Por algum motivo cansei
Bate o coração sem parar
Feito em cacos em que o quebrei.
Hoje me esqueço, fico tolhida
Sou até espantalho ao vento
Lembro meu princípio de vida
Com o fim próximo me lamento.
Das estrelas que há no céu
Morre uma de quando em quando
Vou morrendo também eu
Ou a vida me vai deixando.
Reina o desassossego no coração
Tenho nos braços a noite inteira
Vivo com ela em comunhão
E a poesia é nossa cegueira.
Com tantas horas passadas
O meu viver é já uma lenda
Exausta das caminhadas
E de não ter quem me entenda.
Já trago a dor a aflorar
Na minha alma gelada
E no pensamento o ressoar
Duma vida quase acabada.
Ponho o resto da coragem
Neste poema que ninguém lê
Levo no rosto a passagem
Já vou longe e ninguém crê.
E nesta imensa descida
O vendaval deflagrou
Minha hora está consumida
E o Sol ainda mal despontou.
Tudo me parece tão pouco
Se a Vida é isto tudo!?
Trago o pensamento louco
E o coração já mudo.
A solidão me embala!
E a saudade me chama!?
Mas a vida já me abala
Me envolvendo em sua trama.
rosafogo
natalia nuno
.
DESVARIOS
Faz tempo, que do tempo, tempo fiz!
Acaba-se o viver e o tempo basta!
Passou o tempo, que foi tempo de ser feliz?!
É agora o tempo, que desse tempo me afasta.
Trago minha alma perdida num deserto
Coração a bater no peito de ansieddade
E ao invés de alegria, a tristeza trago por perto
Nos meus olhos poços de luz , habita a saudade.
Neste tempo, já nem palavras tenho para dar
O tempo me desarma é senhor omnipotente
Cai sobre mim tão bruscamente!
Só a esperança me vem ainda agasalhar.
É o tempo que passa com firmeza, indiferente
O tempo que se infiltra contra minha vontade
Tempo que goteja sombras sobre mim
Cai sobre mim tão bruscamente!
Eu lhe peço e me despeço é já o fim
Tempo do adeus e da saudade
rosafogo
natalia nuno
terça-feira, 19 de abril de 2011
VOU AO FUNDO DAS HORAS
Vou ao fundo da horas
Parece que tudo passou
No fundo da alma, saudade moras
Estendo-te a mão, aqui estou.
Esta noite não tem lua
E há no ar agoirentos sinais
O que fui outrora?
Não volta jamais!
Nua,
com a cruel realidade
P'la vida fora
Levarei saudade.
Sou flor murcha, amarela
Quem é quer saber dela?
Carrego a saudade
Dolente magoada
Vai suave a tarde
Morrendo daqui a nada
Tudo soa banal!
Como julgar-me imortal?
Esta é a noite da revolta
Uma noite fria
Já não há volta
Meu corpo esfria.
Sou flor murcha, amarela
Quem é quer saber dela?
Carrego a saudade
Dolente magoada
Vai suave a tarde
Morrendo daqui a nada.
Nas horas restantes
Da vida da gente,
Há alguns instantes
Brilhantes como sol no poente
E outras arrastadas pelo vento
Passam por nós em torvelinho
Deixam-nos sem alento
Na solidão do caminho.
natalia nuno
rosafogo
imagem do blog-imagens para decoupage
MIL VEZES SAUDOSA
As mimoseiras se oferecem ao vento
O milheiral é varrido pela brisa
O campo é amarelo e lilás
O meu pensamento
A vida ajuíza
O labirinto das memórias, procurando
paz.
As árvores segredam ao vento
Os segredos da sua floração
E em segredo no meu pensamento
Rememoro amores do meu coração.
O orvalho deixa no caminho um brilho
Sobre as rosas, e seu enredo
Vou prosseguindo meu trilho
Andarilho, a medo.
Há um pássaro riscando o céu
Deixando o eco do seu piar
E no coração que é meu
Este constante agitar.
É como uma brasa que se acende
Na memória a infância é coisa abstracta
É frémito no meu coração que sente
E a saudade mata.
Este tempo a vincar-me os traços
A trair-me os passos
A trair-me a memória
Na busca de lembranças queridas
Vai longe o tempo de glória
e das lembranças estremecidas.
natalia nuno
rosafogo
segunda-feira, 18 de abril de 2011
AS MINHAS PALAVRAS
Sou filha duma manhã de bruma
Cheguei ao Mundo sem nada
Sem nada, sem coisa alguma!
Coisa nenhuma para o Mundo,
significava.
As horas passavam, a noite avançava
Eu frágil , delicada
O Mundo me fascinava!
E eu era nada ou quase nada.
Observei todas as coisas
Ouvi coisas e loisas
Fiquei de rosto tenso
E trazia mistérios por revelar
Trazia a alma inquieta
E um sonho imenso
Não deixar a palavra amordaçar.
A palavra, a minha arma predilecta.
E assim as palavras, as minhas
São cruéis, de ternura, delicadas
ou de saudade
Coloridas como faúlhas, a crepitar
São palavras de verdade!
Não as quero embaraçadas,
amordaçadas,
Quero-as, livres, cuidadas,
para ao Mundo
as deixar.
natalia nuno
rosafogo
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EMPURRO A NOITE
Às vezes me encho de raiva
Fico inventando felicidade
Quero que o Mundo saiba
Que sou criança, só confundi a idade!
Solto meus anjos e demónios
Esqueço as insignificâncias da vida
Meus risos são infinitos.
Meus choros?! Esses, malditos!
A vida é coisa esquecida
No meio das coisas perdidas.
Mas não me dou por vencida!
Empurro a noite, levo-a á minha frente
Já me perco da realidade
Esqueço o passado e até o presente
Conservo só o sabor da saudade.
Criança sou?!
Ou esqueci a idade?
Lembro agora, só sombra já estou!
Encontrei a minha verdade.
rosafogo
Fico inventando felicidade
Quero que o Mundo saiba
Que sou criança, só confundi a idade!
Solto meus anjos e demónios
Esqueço as insignificâncias da vida
Meus risos são infinitos.
Meus choros?! Esses, malditos!
A vida é coisa esquecida
No meio das coisas perdidas.
Mas não me dou por vencida!
Empurro a noite, levo-a á minha frente
Já me perco da realidade
Esqueço o passado e até o presente
Conservo só o sabor da saudade.
Criança sou?!
Ou esqueci a idade?
Lembro agora, só sombra já estou!
Encontrei a minha verdade.
rosafogo
domingo, 17 de abril de 2011
QUEM É ESTA MULHER?
Quem é esta mulher
Desajeitada?
Que comigo não se parece em nada.
Que é como outra qualquer
Maria com outro apelido
Que anda à toa sem saber
E para quem a vida não faz sentido.
Quem é esta mulher
Desajeitada e infantil?
Talvez tenha algo a ver
Com a que sonha, sonhos mil.
Apaixonada pela magia
Do Mundo que a rodeia
E pela poesia,
que a prende em sua teia.
Quem é esta mulher?
É personagem antiga, reza a lenda!
Que à poesia vai recorrer,
e ao orvalho caído das alturas.
A que procura alguém que a entenda
Nas fantasias e loucuras.
Já sei quem é esta mulher!
A quem os sonhos foram desflorados
Que revela não ser compreendida
Nos sonhos mágicos encantados
E se queixa do salto vertiginoso da vida.
Já sei quem é esta mulher
Que abre sem cessar caminho
À conquista do seu dia
Despreza tudo o que é mesquinho
Escreve a tristeza, vive a alegria.
À conquista do seu destino,
Que um dia cintila
E no outro vacila
Com passos de peregrino
Um dia vai moribunda
No outro o Sol a circunda
Que a mim não se parece em nada.
Mas é nela a minha morada.
natalia nuno
rosafogo
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