é outono,
e eu sonho repetido
como sonha o vento,
do fundo da memória
volta o já vivido,
como outrora te invento
há folhas caídas à nossa porta
e a viagem quase um lamento
minhas mãos vazias
sinto-me morta,
há vontade de durar,
a vida persiste
mas a fragilidade do corpo
existe...
vou pespontando sonhos
entrelaço-os no peito
a esperança veste-se de menina
e assim deste jeito
continuo a amar-te
é minha sina.
há momentos de esquecimento
e há sempre a dor do dia
não quero que olhes minha tristeza
tuas horas, sejam azuis de harmonia
tenhamos o desejo
de começar amanhã
começar novamente com optimismo,
amando a vida
e eu cismo!
assim será eternamente
até que a tenhamos perdida.
natalia nuno