sábado, 18 de agosto de 2012

lado... a... lado




tomo docemente o teu braço
nesta longa subida
acertamos de vez em quando o passo
assim levamos a vida
hoje parei de fadiga
estendeste-me tua mão amiga
tantos degraus...tantos!
temo deixar-me para traz
deixei passar os encantos,
desesperadamente tudo desengraçado,
nada me satisfaz.

mas vamos continuar a trepar
lado a lado
temos de olhar em frente
recordar o passado,
que não foi o paraíso,
mas foi e será sempre da gente.
debaixo do mesmo tecto
agora um pouco vazio
mas pleno de afecto.

saboreio estes instantes
deixo-me para aqui a sonhar
amámo-nos como dois amantes...
toma meu braço vamos caminhar.

posso ir até ao fundo da rua
posso, mas só até aí!
de caminho surge a lua
e eu quero é ser tua
juntos ao anoitecer...aqui!

o tempo foge-nos sob os pés
é a ti que eu para sempre quero,
ainda o digo com vergonha,
corremos a vida de lés a lés
e ainda tanto dela espero,
pois sempre uma mulher sonha.

natalia nuno
rosafogo
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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

de linho são os lençois







Arranco silvas do caminho
invento flores ao sol-pôr
a brisa me vem beijar,
traz-me o teu odor amor,
e a saudade a aumentar!
De linho são os lençois
acordo no calor dos teus braços
na madrugada de mil sóis
meu corpo inteiro, minha mente
sentem do estio o quente,
avanço nos passos
deste sonho todo ele amor
onde me embriago
nos beijos que sei de cor.

ficam meus seios à espera
da concha da tua mão
perdidamente ... quisera,
mas é sonho, é ilusão!
e o corpo entra em desvario
é o fim, a solidão...
choro e rio,
em cada verso te vejo
és meu maior desafio
do meu poema és desejo,
em cada verso que faço
nele me deixo ir
para que de ti não diste
sinto o calor do abraço,
se o perco fico triste...

O coração te procura
e a esse amor que é vida,
no meio da bruma escura
tua imagem esvaecida...
Numa angústia que é rotina
mas é Deus que assim destina.

natalia nuno
rosafogo
imagem da net

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

é este o céu que piso



Já a tarde vai madura
já o sol afrouxou
cantam os pássaros com ternura
e a vida serenou
percorro a estrada do viver
palavras semeio ao vento
a saudade me veio ver
lá vem de novo lamento!
hoje ignoro minha descida
esqueço até a encruzilhada
amanhã se me achar perdida?
nem me darei por achada.

Já a tarde vai madura
no horizonte se despenha
logo vem a noite escura
a saudade de mim desdenha,
fecho o coração por ora
aqui onde sou, e sei ser
deixo a tristeza de fora
sou giesta a reverdecer.

Já a tarde vai madura
eu com medo de quebrar
este sonho de profundura
com rios de amor pra dar,
um rumor, a ventania
olhos orvalhados de medo
outro sonho se inicia
fica suspenso é segredo!
Prefiro seguir caminho
cai a noite bruscamente...
guardo os olhos num cantinho
e regresso á nascente,
e é este o céu que piso
minha paz é o que era
neste meu tempo impreciso
quero sonhar...sonho é dávida
que me espera...
quero correr como um menino
mandar parar o verão
fazer das palavras meu destino
e amar sem hesitação.

natalia nuno
rosafogo
imagem da net

poema de 2006



segunda-feira, 13 de agosto de 2012



    POETA PETALA


COMO PROVA DO MEU AGRADECIMENTO AO POETA PETALA, que sempre me comenta com outra linda poesia.


Olá Natália

Sente-se na brisa do vento
Um olhar de desconforto
E com o passar do tempo
Mais acentua o desgosto!

Mas o coração de quem ama
E que nunca parou de amar
Nunca se apagará a chama
Seja água, ou ondas do mar!

Os teus cantos são melodias
Nos bicos de pássaros andarão
Cantam sempre todos os dias
Por isso, não mais se apagarão!

Tudo aquilo que escreves
Para mim tudo são carinhos
Sendo assim nada me deves
Eu é que te devo, beijinhos.

Beijos com carinho

Pétala


13 de Agosto de 2012 01:49

Beijo meu amigo
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urge-me a felicidade





olho os campos com melancolia
os ventos rasgam-me os pensamentos
o passado é agora utopia
doem-me no peito os sentimentos
conto as horas restos de vida
ecos nos sinos da igreja
descontentes pela despedida
de mais um dia chorado
sem que ninguém veja

prendem-me ainda à terra as raízes
com tremenda força e paixão
fácil inocência...dias felizes!
nítidos na lembrança como clarão

este é o meu sentir, o meu voar
até um outro tempo além
nada me fará desistir
neste jogo de perpectuar
a memória, e o meu voo também

urge-me a felicidade
antes que minhas asas percam movimento
me apresso, chega a mim a saudade
faroleira do meu coração e pensamento.

natalia nuno
rosafogo
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domingo, 12 de agosto de 2012

nada altera a mágoa


Cantam os pássaros e o vento
Porque se acabou em mim a primavera?
Canto, choro e lamento
e voltarei a estar triste, a alma destruída por sonhos
desespera,
quero apenas, ser como a água que passa,
como a ave que saltita de ramo em ramo
ditosamente das rosas ter a graça
e acalmar-me no olhar de quem amo.

Porque se acabou em mim a primavera?
Anda em mim esta solidão acesa...
vivo e morro sempre como quem espera,
caminhante de incerteza.
Sinto as palavras afogando na garganta
não há sorrisos nem prantos
aos meus ouvidos o vento canta
e me atormentam os pássaros com seus cantos.

Cruel é a primavera que me abandonou
me deixou pássaro ferido sem poder voar,
 flor seca que o tempo magoou
 alguém que se rende...farto de esperar!

rosafogo
natalia nuno
rosafogo