palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sábado, 27 de abril de 2013
o que sinto...
o que sinto agora
me arde, me queima
acre melancolia
que em mim teima.
o caminho
é vinha vindimada
vagas de memórias,
sereno meu mar...
que tudo e nada me oferece
dia ameno, dia que adia
a morte,
o sol mne aquece
e me mantém viva.
chove apenas no olhar
e no rosto que um dia brilhou
e cantou e encantou
como um rouxinol,
hoje, terra morta onde bate o vento
e se foi o sol.
já nenhum espinho me fere
renego a compaixão
bati com a porta
meu coração só quer
paz,
não se queixa, faz
que dorme....
num batimento uniforme.
natalia nuno
rosafogo
imag.net
quarta-feira, 24 de abril de 2013
O Poeta está aqui!
rompe-me o coração na passagem
faz de mim sombra
nesta viagem
abra-se a ferida
nesta casa abatida.
ficam os alicerces
feitos de raízes afeiçoadas
que já mal recordo,
com palavras magoadas
me deito e acordo.
voltam meus olhos ao passado
a querer resistir ao tempo
a querer reagir à crueza
até à exaustão
e o tempo a dizer-lhes ...Não!
agride-me violento
e me rasga o sono
ah...temo o esquecimento!
já me dói o que de mim perdi,
exausta sobrevivi...
resta o Poeta!
O Poeta está aqui.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
simples, assim como quando brincava.
na memória
um tempo de passagem,
adormeço e acordo
deixo o poema em liberdade
ele é de meu rosto a imagem,
do coração a saudade,
da minha esperança um vôo maior,
a alegria que toma posse de mim,
o som da noite que ouço melhor.
é ponte onde atravesso o ribeiro
é do desejo o meu desejo primeiro
e tudo o que é lonjura
se torna perto...
perto na recordação,
que faz frente ao tempo
às minhas veias diz que não
e põe o pensamento em contradição.
vou fiando o fio do destino
neste tempo de passagem
sou entre o nevoeiro um peregrino
que deixa poesia na aragem.
meus pés ensopados no chão
e o poema a abrir-me o coração
vou bebendo o vento,
e gritando
um grito que não se ouve,
mas que alivia o pensamento
e nestas palavras agitadas
a emoção se move e me atrai
como uma chama
e por instantes me alucina
e lá volta a saudade
dos meus sonhos de menina.
e é desta substância que faço
o poema, simples assim como
quando brincava
e nada me aprisionava.
natalia nuno
rosafogo
imag net
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