interrogo-me incessantemente
o que procuro?
o coração não se rende
insiste e continua e, a vida
flui, sem poder atrás voltar
tanta vez estrada florida
outras tantas em aborrecimento
a afundar
cruzo caminhos
o coração continua a pulsar
marcando o seu propósito
e, a resposta não chega,
quase sem rosto, sem identidade
sobre mim recai a saudade!
o passado me estimula
e o presente ainda me pertence
mas sinto o desconsolo do que perdi
e o desencanto às vezes me vence
a memória faz eco, do que já não
existe
a vida vai distante mas, persiste,
com calma, abafo o rumor
que me aflige
aqui dentro de mim onde procuro,
não há rancor!
só mal curadas, algumas cicatrizes.
natalia nuno
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